sexta-feira, outubro 29, 2004

Boa Noite

A viagem da Lua no eclipse
Por hoje já chega.

Luto no Bonfim

O Vitória de Setúbal está de luto.
Jacinto João, cujo golo trouxe a Taça de Portugal para Setúbal em 1967, faleceu hoje de madrugada. O Miguel já o tinha lembrado (2ªfeira conto contigo; tens de ir, nem que chovam picaretas).
O Treinador de Bancada (que está de regresso aos relvados) fala-nos sobre esse dia de glória no Jamor.

Na segunda-feira à noite, frente ao V. de Guimarães, vamos homenagear o JJ gritando bem alto: Viiiittttóóóóóó´rrrrriiiaaaa!

Tratado da Constituição Europeia

Momento mui solene
Já está.
Foi assinado hoje em Roma o tratado da Constituição Europeia pelos representates dos governos da UE e por três países candidatos à entrada (Turquia, Roménia e Bulgária). No entanto, ainda tem de ser ratificado individualmente por todos os países até Outubro 2006. Muitos dos países irão ter referendos que permitirão aos seus cidadãos dizerem de sua justiça, pronunciando-se sobre as previstas transferências de poder dos estados para entidades comunitárias.
Estabelece-se, por exemplo, uma presidência europeia (em substituição da rotatividade entre países), a criação de um ministério dos negócios estrangeiros e a diminuição do número de comissários. Entre outras áreas onde há alterações, e que afectam directamente os interesses portugueses, estão as pescas e a agicultura. O sistema de decisão também é alterado com a diminuição do peso da votação por unanimidade e com alteração dos valores considerados como maioria aprovadora (55% dos estados membros com 65% da população ou quando menos de quatro países se opõem). Mantem-se o poder de veto para a política fiscal, os negócios estrangeiros (o que poderá debilitar o poder do "Ministro Europeu"), a defesa e o orçamento.

O primeiro país a ter um referendo será Espanha, já em Fevereiro. Outros países já declararam a intenção de proceder a referendos - Rep. Checa, Dinamarca, França, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Reino Unido e Portugal (o ínicio do ano é também apontado como data provável do nosso).
Nada parece estabelecido para o caso de um deles votar "Não". A Irlanda e a Dinamarca já passaram pos esta situação antes e reverteram o voto num segundo referendo. Um "Não" pode siginficar a saída da UE ou (e porque não?) o fim da Constituição, mesmo antes de entrar em vigor.
Para evitar estes constrangimentos, Durão Barroso aconselha os governos a informar os seus cidadãos sobre o novo tratado e o seu alcance.
Nada como educar o Povo.

L'irréductible Gaulois

BleBleBleBleBleBle
O meu "screensaver" celebra 45 anos.
Parabéns Astérix!

quinta-feira, outubro 28, 2004

"The Economist" por Kerry

Qual ganhará?
A revista semanal que leio com regularidade diária (não estavam à espera que a lesse de uma só vez, certo?) analisa as candidaturas de Bush e Kerry.
Quem será o melhor colocado para gerir os próximos anos?
Para escolher qual dos dois apoiar, revê o comportamento de Bush e antecipa o de Kerry. O editor em chefe da revista, Bill Emmott, deixa antever em vários dos argumentos, que a escolha não foi fácil, não é óbvia, e mais importante, não é sem reservas.

Entre o incompetente Bush e o incoerente Kerry, escolhe apoiar Kerry.

Aqui ficam parte dos argumentos usados:

"If Mr Bush is re-elected, and uses a new team and a new approach to achieve that goal, and shakes off his fealty to an extreme minority, the religious right, then The Economist will wish him well."
"Mr Bush was inspiring in the way he reacted to the new world in which he, and America, found itself. He grasped the magnitude of the challenge well."
"the mission has achieved a lot: the Taliban were removed, al-Qaeda lost its training camps and its base, and Afghanistan has just held elections that bring cautious hope for the central government's future ability to bring stability and prosperity."

"The biggest mistake (...) lay in dealing with prisoners-of-war by sending hundreds of them to the American base at Guantánamo Bay in Cuba, putting them in a legal limbo, outside the Geneva conventions and outside America's own legal system."
"Invading Iraq was not a mistake (...) But changing the regime so incompetently was a huge mistake"
"Can he learn from mistakes? The current approach in Iraq, of training Iraqi security forces and preparing for elections to establish an Iraqi government with popular support, certainly represents an improvement, although America still has too few troops. And no one knows, for example, whether Mr Rumsfeld will stay in his job, or go. "
"In the end, one can do no more than guess about whether in a second term Mr Bush would prove more competent."



"What is more disconcerting, however, is the way those positions [Kerry's] have oscillated, even as the facts behind them have stayed the same.(...)presidents should primarily be chosen for their character, their qualities of leadership, for how they might be expected to deal with the crises that may confront them, abroad or at home. Oscillation, even during an election campaign, is a worrying sign."
"On trade, his position is more debatable: while an avowed free trader with a voting record in the Senate to confirm it, he has flirted with attacks on outsourcing this year and chosen a rank protectionist as his running-mate"
"Still, on social policy, Mr Kerry has a clear advantage: unlike Mr Bush he is not in hock to the Christian right. That will make him a more tolerant, less divisive figure on issues such as abortion, gay marriage and stem-cell research."
"He has failed to offer any set of overall objectives for American foreign policy, though perhaps he could hardly oppose Mr Bush's targets of democracy, human rights and liberty. But instead he has merely offered a different process: deeper thought, more consultation with allies."

Not Bush, but still not JFK

Ao contrário do que por vezes se quer fazer parecer, o candidato "not-Bush" (John Forbes Kerry) não é o novo JFK.

Há 42 anos, JFK (John Fitzgerald Kennedy), recebia de Nikita Khrushchev a confirmação que a URSS iria desmantelar os mísseis em Cuba.

Example
A bordo do iate Manitou na Baía Narragansett a 26 de Agosto de 1962.
John Forbes Kerry à esquerda e JFK ao centro.

What if: George Bush e John Edwards

O El Mundo relata uma interessante possibilidade estatística para a eleição presidencial dos EUA.
Se houver empate na eleição dos membros do Colégio Eleitoral; se este dividir os seus 538 votos igualmente entre os dois candidatos; se não houver dissidentes de um lado para o outro; então, será a Câmara dos Representantes (maioria republicana) a escolher o presidente mas será o Senado (maioria democrata) quem escolhe o vice-presidente.
Resultado neste "what if scenario":

Example Example
George Bush - Presidente / John Edwards - Vice-Presidente.

Como sacar dinheiro às Massas? Hein?

É isso que de momento me ocupa.
Ajudar o patronato a planear, com recurso à exploração dos trabalhadores que todos os dias lhe entram oficina adentro e do suor que por ele derramam, como melhor esplanar a sua actividade de vampiro dos incautos, a antecipar a reacção dos desprevenidos clientes aos produtos que ele lhes tenta impigir.
Prever quanto pode o capitalista ganhar da exploração do anónimo proletariado consumidor, é o que me ocupa. Sei-me um traidor dos povos sofredores debaixo da máquina capitalista liberal.

Mas, como dizia um grande líder da Internacional Socialista: "O que é que querem? É a vida..."

quarta-feira, outubro 27, 2004

A complete crackpot

John Cleese
And now, for something completely different, I would like to inform you that this announcer as just turned 65 today.

Diz que disse

A verdade tem três lados. O de cada um dos intervenientes e o que de facto se passou. Este nunca conheceremos.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que Miguel Paes do Amaral lhe disse que «a televisão depende de uma licença pública para existir e, depois, depende de várias circunstâncias económicas e financeiras para viver", o que não pode deixar de ter "consequências na liberdade de informação e opinião"». Disse ainda que o administrador da TVI disse que por isso seria melhor que "repensasse a orientação geral das suas intervenções".
A partir da verdade de Rebelo de Sousa se vê que este achou estar a ser limitado na sua capacidade de escolher os temas e na maneira de apresentá-los. Sob este pretexto ajudou a criar a imagem de mártir da liberdade de expressão, pelo menos num primeiro instante. Como pretende utilizar esse suposto capital político, ainda se vai ver.
A partir da verdade de Paes do Amaral se vê que no interesse da sua posição na organização que gere, analisando a entrada da RTL e a necessidade de manter boas relações com os decisores públicos (com poder na banca, na atribuição de licenças e no acesso a canais cabo), decidiu uma estratégia. Explicou-a a Marcelo, aparentemente procurando o seu conselho, e este entendeu que, nesse quadro, o que lhe estava ser pedido era a moderação de tom nos seus comentários.

A Verdade está por ali, algures.

Não creio que daqui resulte um perigo para a liberdade de expressão: vide o batalhão de repórteres sempre atrás de MRS, dando-lhe tempo de antena para dizer o que lhe aprouver e a reacção dos directores do Público e do Expresso às teorias peregrinas dos cabalistas do governo. Este caso mostra é que há demasiado poder de regulação e de intervenção na mão de políticos. Os empresários simplesmente adaptam-se às regras do jogo e usam-nas, tentando, como sempre, maximizar os resultados.

Baralhar e voltar a dar

Ciao, Giuseppe!
Durão Barroso vai ter de reconstituir a equipa de comissários a propor ao Parlamento Europeu, numa estreia em termos históricos na UE. Ao proceder às alterações necessárias e suficientes, se deixar cair os nomes que mais controvérsia criaram (como parece óbvio), Durão vai ter de fazer com que os governos dos países que os nomearam indiquem as suas novas escolhas para que, eventualmente, recebam o acordo do PE (o que é curioso, pois o PE não pode vetá-los individualmente).Qual será a atitude de Berlusconi, depois de ter defendido Rocco Buttiglione até ao final? Fará alguma tentativa de o reconduzir ou indicará outro nome depois de se assegurar que Durão lhe deve um favor: talvez uma pasta na área económica? Quais serão as outras trocas?
Por outro lado, este processo reafirmou os poderes do PE frente à Comissão. O próximo colégio de comissários, mesmo que obtenha uma votação de expressiva concordância, saberá sempre que foi aceite por respeitar os parâmetros do Parlamento e a sua actuação deve ser de acordo com as políticas maioritariamente representadas no Paralmento. Diminui a possibilidade de tomar decisões menos populares junto grupos parlamentares com maior peso. Afinal, os deputados foram eleitos e os comissários são nomeados e negociados entre os governos e Durão - e neste caso com o PE.

terça-feira, outubro 26, 2004

O Regresso de Churchill

Winston Churchill
"Voters rejected Labour's tactic of labelling Mr Churchill as a warmonger and instead embraced the Conservatives election promise that they would now create a "strong and free" Britain."

Foi precisamente há 23 anos, em 1951. Quando sentiram que o trabalhista Clement Attlee não conseguia recuperar o país, os "britons" votaram o regresso do velho líder. Tinha 77 anos e governou até aos 81 anos, quando se demitiu por motivos de saúde.
A memória dos eleitores pode ditar comportamentos futuros. Basta terem com quem comparar. A decisão nos EUA passa por saber se os americanos estão dispostos a testar a alternativa.

A ansiedade de Durão na hora do voto

É já amanhã.
Segundo as contas do El Mundo, a decisão será por margens mínimas: 350 votos a favor e 320 contra a comissão proposta e (muito) defendida por José Manuel Durão Barroso.

No more Peel Sessions

John Peel
John Peel
1939 - 2004

"If it wasn't for John Peel, there would be no Joy Division and no New Order." - Bernard Sumner

segunda-feira, outubro 25, 2004

Traumas escolares dos Juízes

"...cerca de uma centena de juízes formadores apresentaram a sua demissão, além da directora de estágio e os directores regionais que coordenam o estágio dos auditores de justiça nos diversos tribunais."

Será que conseguimos imaginar a angústia e o terror sentido por estas pessoas, que se contam entre as mais estimáveis da nossa sociedade, antes de tomarem esta decisão?
Todos os juízes passaram pelos bancos das milhentas faculdades de Direito do país. Ter agora o Centro de Estudos Judiciários entregue a uma professora universitária? Já lhes bastou os tempos de licenciatura!
Será que, conhecendo a nula ligação entre a realidade da prática do Direito e o seu ensino universitário, procuram evitar o mesmo problema no CEJ?
Ou será só uma reacção corporativa, beliscados que foram nas suas prerrogativas de autoregulação?

"Directas já!"

"O secretário-geral do PSD disse hoje que dos cerca de 125 mil militantes do partido, apenas 50 mil têm as quotas em dia e que só esses poderão ser eleitos delegados ao próximo Congresso do partido."

Depois do PS ter eleito Sócrates (o José, não o filósofo; pelo menos não a full-time) através de primárias directas, caberia ao PSD seguir-lhe os passos. Iria conseguir diminuir o saldo da conta de maus pagadores e, consequentemente, ter maior número de militantes a votar. Nem que as quotas fossem pagas pelos famosos "barões" sociais democratas. Se outros o fizeram...
Pode-se dar o caso de se ter apurado que os vários opositores de Santana (mais cavaquistas ou mais marcelistas) têm as quotas em atraso. Evita passar pelas mesmas discussões e trocas de galhardetes que dantes teve com Durão, agora que é presidente do partido por inerência e hereditariedade. Nesse caso há pouco incentivo para alterações e a unanimidade está garantida. O voto secreto seria só para cumprir a lei de financiamento dos partidos - tal como o PCP.
Em Viseu, no XXIII congresso do PSD Santana Lopes bateu-se pelas directas. Entre outras proclamações, defendeu mesmo uma reorganização do centro-direita, o que poderia passar por um partido «populista democrático» e «liberal». As directas seriam talvez o melhor meio de estas ideias base para o programa do partido serem debatidas. A não ser que PSL tenha entretanto optado finalmente por umas das duas.
Temo que por aquela que menos interessa.

Autumn Sounds

O "Amigo" Nuno participa no novo Inimigo Musical e recomenda-o, prometendo não o estragar participando pouco!
Já o Miguel, que nestas coisas da música é guru (tem ainda de atingir o nirvana jazzístico, mas lá chegará), o tinha recomendado.
Eu aceito sempre os conselhos de quem sabe do que fala. Façam o mesmo.

Aconteceu outra vez: "Ele há merdas!"
Ò Nuno, não é que enquanto escrevo isto a Rádio do Office Lounging está a tocar o Autumn Leaves soprado pelo Miles e pelo Cannonball???


domingo, outubro 24, 2004

Viv'óóó Vitória!

Jorginho
O Vitória de Setúbal está no 1º lugar!
Foi um jogo muito disputado com o Vitória (jogadores e treinador) sempre a pensar em ganhar e sempre a arriscar. Marcaram duro e em cima e contaram mais uma vez com um Jorginho fora de série.
Compare-se com o jogo entre o SCP e o Belém - a dada altura, as estatísticas diziam que nenhuma equipa rematou à baliza durante 40 minutos! Devia de haver regras que impedissem este jogo passivo (tal como noutros desportos) e os sócios deviam poder pedir o dinheiro dos bilhetes de volta.

Para a equipa com o orçamento mais baixo da Liga e com jogadores com os salários em atraso, a atitude que o VFC teve em campo deve ser um exemplo para as superestrelas.
Vamos ver até quando nos deixam ir amealhando pontos fora de casa. Já deve haver muita boa gente a ranger os dentes. Onde já se viu? A única equipa (continental) a sul do Tejo e em 1º lugar? Nããã...

sexta-feira, outubro 22, 2004

Bem lamechas, como o Amor deve ser



"Your love is king,
crown you in my heart.
Your love is king,
never need to part.
Your kisses ring,
round and round and round my head.
Touching the very part of me.
It's making my soul sing.
Tearing the very heart of me.
I'm crying out for more.

Your love is king,
crown you in my heart.
Your love is king.
You're the ruler of my heart.
Your kisses ring,
round and round and round my head.
Touching the very part of me.
It's making my soul sing.
I'm crying out for more.
Your love is king.

This is no blind faith
This is no sad and sorry dream.
This is no blind faith
Your love...
your love is real... gotta crown me with your heart,
never, never need to part,
touch me.
Never letting go,
never letting go,
never going to give it up.
I'm coming,
you're making me dance..."


Sade - Your Love is King

A carta de Rocco Buttiglione

M. le CherneDurão Barroso não tem ainda assegurado o voto positivo no PE.
"Est-il raisonnable de faire tomber une Commission parce que deux ou trois commissaires ne donnent pas satisfaction ? Ce ne serait pas raisonnable."

Entre os comissários mais contestados, está o italiano Rocco Buttiglione. Este escreveu uma carta explicando que as suas convicções pessoais não interferirão com a sua actuação enquanto comissário e rejeitando qualquer prática descriminatória:

"Je n'avais aucune intention d'offenser de quelque manière que ce soit les sentiments de quiconque, en particulier des femmes et des homosexuels", écrit dans sa lettre à M. Barroso le commissaire désigné italien Rocco Buttiglione. "Des mots aussi chargés émotionnellement que "péché" ne devraient pas être introduits dans le débat politique", concède M. Buttiglione, qui affirme être "contre toute forme de discrimination et souscrire pleinement à la Charte des droits fondamentaux de l'Union". "Je ne discrimine personne et je ne voudrais être discriminé par personne en raison de mes croyances religieuses et philosophiques."
Acceptant que les droits de l'homme relèvent de plusieurs commissaires, il se dit prêt à être déchargé d'un dossier "si un conflit entre ma conscience et mon devoir en tant que commissaire devait émerger". "La seule chose que je ne puisse pas faire est de changer mes principes et d'aller à l'encontre de ma conscience par convenance politique", conclut-il.



Sistemas eleitorais

O Miguel escreve - e bem! - sobre o assunto.

La plus Belle, et pas seulement de jour

Belle de JourThe hungerPlace Vendôme
La Reine Deneuve.

Quid Rides?
Rio-me porque a sua beleza não tem idade.

+ Manifs = - Aulas => Fixe!

"Os estudantes do ensino superior vão voltar à rua no próximo dia 4 de Novembro em protesto contra a política de ensino superior."
"Universidades Nova e Técnica de Lisboa e Trás-os-Montes e Alto Douro fixaram o montante mais elevado permitido por lei, cerca de 880 euros. Na Universidade do Minho os alunos terão que pagar 740 euros em 2004/05."

Acho muito bem que se lute pelas causas em que acreditamos. Mas os fins nem sempre justificam os meios, como aconteceu no caso dos incidentes em Coimbra.
Talvez por defeito profissional, não pude deixar de fazer umas contas rápidas para ajudar o pessoal a organizar o seu orçamento anual de modo a financiar as propinas. Eis como, sem aumentar as receitas (ou seja, sem aumentar a "carga fiscal/mesada" dos pais ou sem trabalhar mais, no caso dos que o fazem), se pode diminuir as despesas e poupar 880 euros:
  1. maço tabaco a €2,25 -> 3 por semana -> em 52 semanas são €351
  2. cerveja ou fino/imperial a €1,2 -> 6 por semana -> em 52 semanas são €374,40
  3. café bica/cimbalino a €0,50 -> 6 por semana -> em 52 semanas são €156

Ou seja, restrinjindo o consumo nestes montantes conseguirão poupar €881,40. Claro que como qualquer orçamento parte de alguns pressupostos que não contemplam todo o universo universitário: convenhamos que 6 bejecas por semana é irreal se, para mais, estivermos a falar de Coimbra.


quinta-feira, outubro 21, 2004

Castro caiu

Example
Tropeçou num degrau. Caiu e fraturou o joelho esquerdo e o braço direito.

Ainda não foi desta que reencontrou o seu querido Che Guevara.

Confesso

A dignidade corporativa no funcionalismo público

Bem visto, pelo João Miranda no Blasfémias.

Nova Lei do Arrendamento - II

Mantenho tudo o que disse sobre o projecto de revisão das regras do mercado de arrendamento. A caracterização de malfeitores de velhinhos e de famílias indefesas foi, tal como previsto, imputada a quem teve a iniciativa de legislar.

O PS, que não parece questionar a necessidade de revisão, mostra-se agastado com a maneira como o governo conduziu o assunto. Queixa-se que de não ter tido oportunidade de atrasar, acrescentar parágrafos e vírgulas, ser ouvido e ouvir os pareceres de infindáveis "experts" (portugueses não seriam, uma vez que a inexistência de um mercado, não lhes possibilitou a formação...), ou de eventualmente criar mais uma comissão parlamentar que estudasse e acompanhasse uma experimentação controlada do projecto... Nada de decidir, porque isso pode levar a que alguém esteja contra - cruz credo!. Não agora que se preparam para levar 10 milhões de portugueses para Novas Fronteiras. Saberá o PS também que muitos dos seus eleitores pertencem à classe média (à falta de melhor caracterização) que vê as suas poupanças serem cada vez menos remuneradas pelas aplicações tradicionais e o incentivo em imobilizar o aforro nos cofres bancários eliminado pelo fim anunciado dos benefícios fiscais.
É para este grupo de tradicionais aforradores (famílias e pequenos negócios familiares) que terão a possibilidade de investir com mais risco mas também com maior retorno (de forma individual ou através de fundos), que a nova lei começa a criar novas perpectivas. Sabe também os PS que é esta classe média que, disputada também pelo PSD, decide para que lado cai o prato da balança eleitoral.
Já no domínio do surreal, o BE propõe a proibição de construção em concelhos com mais de 10% de casas devolutas (pressuponho com isto não habitadas). Pare-se imediatamente de construir no Algarve e ocupe-se todos os andares ainda não vendidos ou apenas habitados alguns dias por ano...!

E aqueles que não tendo capacidade de poupar e que poderão ser "vítimas" do mercado, ou seja, despejados por não poderem aceitar as condições dos senhorios? Como em todas as negociações, ambas as partes têm de estar dispostas a acomodar as aspirações contrárias. O tratamento previsto na lei para quem não possa ou não queira aceitar as novas rendas (indemnizações de 4 a 6 anos de rendas a pagar pelo proprietário), parece-me mais que suficiente. Mesmo assim penaliza-se o respeitável direito do detentor da propriedade de dispor dela como entender, mas assegura-se os direitos contratados com os inquilinos e previne-se uma pequena desgraça social. Isto dado o período, relativamente longo, necessário para que os "despejados" (termo infeliz, eu sei) possam encontrar no mercado uma habitação cujo valor de renda seja o adequado.
Não tenho ilusões de que durante um período de alguns anos, teremos no telejornais o genuíno drama das famílias que serão involuntariamente despejadas dos lares onde residem desde o tempo dos seus bisavós. Também aqui se impõe uma alteração de mentalidades. Não deverão mais as famílias confundir um arrendamento com o uso capião, em que a geração seguinte se acomoda sem mais preocupações. De notar que a alteração proposta à acção executiva acelera todo o processo de despejo, o que poderá fazer com que o seu número seja elevado e num espaço temporal menor, o que parecerá exagerar a repercussão da lei.

Outro aspecto a ter em conta é o subsídio de arrendamento. Recordo que nos últimos tempos de aplicação do crédito bonificado (na aquisição de habitação), os contratos ao abrigo deste benefício, tinham em média um valor superior ao regime geral. Indicador das distorções que um subsídio ao consumo pode gerar. No caso dos arrendamentos o mesmo pode suceder, com o estado (através do dinheiro de todos os contribuintes) a subsidiar habitações, em área e valor, superiores ás dos arrendatários não subvencionados. Nessa situação desincentiva-se a mudança de habitação para que esta corresponda ao orçamento familiar à conta do dinheiro de todos. A tentação populista de por esta via amortecer o impacto da lei será forte.

O bochechas

John Birks
John Birks "Dizzy" Gillespie nasceu a 21 de Outubro de 1917.
Uma memória devidamente registada no Filofax.

Coincidências

Estava eu a ler a posta do maradona sobre o Tom Waits, quando na Rádio do Office Lounging, começa a tocar o "Somewhere" do disco "Blue Valentine".
Ele há merdas...

Será alguma cabala?

quarta-feira, outubro 20, 2004

Jean Paul "Anacleto" Marat


O disco "Café Bleu" dos Style Council (que inclui a Tracy Thorn a cantar "The Paris Match"), tem como "liner notes" o texto abaixo reproduzido, da autoria de Jean Paul Marat. Ao cuidado de todos os que abraçam a causa da esquerda, bloquista ou não.

"Don't be deceived when they tell you things are better now. Even if there's no poverty to be seen because the poverty's been hidden. Even if you ever got more wages and could afford to buy more of these new and useless goods which industries foist on you and even if it seems to you that you never had so much, that is only the slogan of those who still have much more than you. Don't be taken in when they paternally pat you on the shoulder and say that there's no inequality worth speaking of and no more reason to fight because if you believe them they will be completely in charge in their marble homes and granite banks from which they rob the people of the world under the pretence of bringing them culture. Watch out, for as soon as it pleases them they'll send you out to protect their gold in wars whose weapons, rapidly developed by servile scientists, will become more and more deadly until they can with a flick of the finger tear a million of you to pieces." --Jean Paul Marat, 18th Century French Visionary (and revolutionary), murdered in his bathtub by Royalist Charlotte Corday.

"Um Fado mais confiante e alegre"

Durante a inóqua entrevista do PM ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, aborda-se o estado da economia, as eleições regionais e a entrada da Turquia na UE.
Um "optimista" Santana Lopes, explica o estado de espírito pessimista dos portugueses (no topo do ranking europeu, segundo o jornal). Recorrendo à "canção nacional", compara as gerações mais antigas, ligadas a um fado mais melancólico, e a mais recente geração de intérpretes - "Artistas mais novos cantam um fado mais confiante e alegre".

Estaria a falar do fado interpretado pelos alunos da Universidade de Coimbra? Mais do tipo "rave", portanto...

DECO a pedal

A DECO propõe o fim da liberalização do mercado de combustíveis, dado o actual preço do petróleo e o impacto que tem na carteira dos portugueses.
Está enganada, esta associação. Duas vezes. O mercado ainda não está completamente liberalizado nem a fixação administrativa de preços gera benefícios para os contribuintes. O Estado não deve usar o dinheiro dos impostos de todos os contribuintes para acomodar (dito doutro modo, subsidiar) o preço de um bem, cuja desisão de consumo é livre na quantidade e na escolha do fornecedor. A possível cartelização deste mercado pode ser investigada, mas será melhor resolvida se o estado desregular as regras que impõe aos participantes.

Adenda: O Miguel concorda comigo, embora eu ainda não tenha contactado o serviço de subscrições da DECO.

terça-feira, outubro 19, 2004

O Estado da/na RTP

"Não são os jornalistas nem as administrações que vão responder perante os eleitores"
Morais Sarmento acha que o governo deve limitar a independência dos meios de comunicação públicos, uma vez que cai sobre os eleitos do Povo a responsabilização pela informação e programação emitidas, neste caso na RTP.

Para quem tenha dúvidas da necessidade da privatização dos interesses do Estado na comunicação social ou de como não se pode contar com a imparcialidade e a resistência à tentação de quem quer que seja que esteja no governo.

Viiittttóóóóó´rrrrrriiiiaaaaaaaa!!!!!

Zé Rui
Depois de derrotar a Académica por 1-0, o Vitória de Setúbal fica a 2 pontos do 1º lugar. Se a entrada directa na Champions League da próxima temporada está praticamente assegurada, já o lugar de topo na competição nacional se afigura mais trabalhoso. O próximo Braga-Vitória poderá ser esclarecedor.
AH! É verdade... Parece que há mais umas quantas equipas, ditas dos grandes, que tentam atrapalhar a caminhada (imparável, aliás) do clube sadino. Não se apoquentem. Esforço inglório o delas.

Há que ser compreensivo com Castro...

O Partido Popular espanhol acusa José Luis Rodríguez Zapatero de estar mais próximo do ditador do que daqueles que lutam pela liberdade.
Este comentário surge na sequência da expulsão, à chegada a Havana, de um deputado do PP que havia anunciado o seu apoio aos dissidentes - ilegalmente trazia um visto de turista, segundo as autoridades cubanas.
Numa reunião de responsáveis sobre a política europeia para a América latina, o governo espanhol advogou o descongelamento das relações bilaterais UE / Cuba e o reforço do diálogo com o regime de Castro.

Misticismo

Depois de o PR ter dito que ouvia ruídos, é a vez de um membro do governo mostrar o seu interesse pelo misticismo judeu.
À semelhança de Madonna, também Gomes da Silva abraça as teorias da Cabala.
Não se pode deixar de apreciar este interesse pelo oculto, ou alternativamente, por aquilo que não está às claras, pelo subentendido, por textos, escritos ou falados, com enigmática significância. E é bom ver como já vão avançados os seus conhecimentos, a julgar pela serena e profunda maneira como exprime o seu pensamento: "as cabalas existem independentemente da vontade subjectiva de as constituir. Eu posso entender que há...".

segunda-feira, outubro 18, 2004

Inspiração

"Santa paciência"

O aumento do preço dos combustíveis leva o ministro das Pescas a pensar que talvez seja boa ideia subsidiar os armadores, havendo para tal coordenação da UE: "Os pescadores têm razão e tem de haver uma solução. Se há uma política comum de pescas e se há UE, santa paciência, a solução tem de ser comum." Mostra-se preocupado com o efeito perturbador na concorrência, que medidas unilaterais possam ter.

Perante a disponibilidade ministerial, presumo que todos os demais industriais ( indústria, agricultura e serviços) se sintam autorizados a, tal como fizeram os armadores , escrever aos ministros e demais gestores do dinheiro dos contribuintes, a propor uma ajudinha, um subsidiosito. Para não haver distorção da concorrência. Para manter a justiça social e ajudar os mais fracos, todos os contribuintes individuais (profissionais liberais ou por conta d'outrém) deverão escrever e manifestar-se pela atribuição de subsídios que lhes financiem o custo do combustível que consomem. Terão certamente o apoio de um ministro qualquer. É só procurar a atenção do governante certo.
Não ouviram o PR a dizer "Os tempos vão maus."? Quem não chora, não mama.

Darfur

Mapa"A Cimeira de Trípoli reuniu os dirigentes da Líbia, do Sudão, do Egipto, da Nigéria e do Chade.(...)A cimeira sublinhou a sua "recusa a qualquer intervenção estrangeira nesta questão puramente africana" do Darfur.(...)A crise no Darfur, que começou em Março de 2003, já provocou a morte a cerca de 50 mil pessoas e 1,4 milhões de deslocados, dos quais 200 mil fugiram para o Chade.(...)Na sexta-feira, um responsável da Organização Mundial da Saúde, David Nabarro, afirmou que podem já ter morrido no Darfur 70 mil pessoas, vítimas de doenças ou má nutrição."

Em Darfur, no Sudão, as mílicias de origem árabe (as "Janjawid") atacam as aldeias das tribos africanas. Crianças, mulheres, homens são mortos e as aldeias incendiadas depois de pilhadas. Os ataques são, segundo todas as evidências e testemunhos, feitos com o apoio político e material das forças do governo de Cartum.
Até agora, as Nações Unidas, como em ocasiões anteriores, foram impotentes para inverter ou mesmo parar este genocídio.
Não me parece que seja uma questão puramente africana.

domingo, outubro 17, 2004

Fashion Police / Tax Police

Lux
Não está mal pensado isto de usar a imprensa rosa como fonte de demonstração de sinais exteriores de riqueza. A sério. A ideia deve ter vindo do gabinete de comunicação de PSL, dado o conhecimento que alguns elementos têm do meio.

sexta-feira, outubro 15, 2004

A culpa foi deste...

The Best of Miles Davis - The Capitol / Blue Note Years
... e de quase 15 minutos de "Autumn Leaves". O som da minha estante nunca mais foi o mesmo.

O Orçamento de Estado para 2005

"O Ministério das Finanças prevê que o défice orçamental seja de 2,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, 0,1 pontos abaixo do previsto para este ano, o que cumpre o objectivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento (três por cento do PIB).
(...) prevendo-se uma aceleração do crescimento da economia para 2,4 por cento, suportado pelo crescimento do consumo privado, investimento e exportações.
(...)António Bagão Félix classificou a proposta como "rigorosa do ponto de vista financeiro, estimulante do ponto de vista económico e do ponto de vista social e fiscal é mais solidária para os portugueses."

Os aumentos salariais reais prometidos à função pública são um exemplo do aumento de despesa orçamentada (sempre inferior à real) que a mim me parece incomportável enquanto se mantiver a dimensão do SPE. Para que fosse aceitável, teria de ser provado o correspondente aumento de eficiência, eficácia e/ou produtividade de todo o aparelho estatal e dos meus concidadãos que nele trabalham.
Qual o aumento da receita que vai suportar esta despesa é que ainda não percebi. Será talvez o, exageradamente previsto (dado por exemplo o aumento do preço do petróleo), crescimento da economia que assim providenciaria uma base de tributação alargada e que seria ainda potencializada pela nova autoridade de combate à fraude fiscal.
Melhor era que a receita pudesse baixar via diminuição de IRC, IRS (a ver como se distribuem as alterações e qual o universo de contribuites beneficiados neste OE), descontos Seg. Social (dando a opção ao contribuinte de poupar ou se segurar como melhor lhe aprouver), porque se tinham reduzido ou eliminado despesas administrativas totalmente improdutivas e gastadoras de recursos. Estes ficariam nas mãos dos privados (famílias e empresas) que os geram e financiariam decisões (mais/menos consumo/poupança/investimento) mais eficientes que aquelas tomadas por gestores públicos e políticos com agendas e clientelas a satisfazer.
Perceba-se de uma vez por todas que vamos sofrer a concorrência dos países mais a leste, com sistemas fiscais e sociais mais leves e ágeis, mão d'obra muito mais qualificada e mercados de trabalho menos regulamentados. Até na Alemanha, cujo governo embarcou na teoria da harmonização fiscal, esta preocupação existe junto dos empresários.

Novos meios de comunicação criam mais emprego (na restauração)...

Segundo um relatório da OIT, a informatização está a criar mais emprego para jornalistas, editores, repórteres, analistas, escritores, fotógrafos e profissões ligadas ao tratamento gráfico dos meios e dos conteúdos.
No entanto, a Organização Internacional do Trabalho teme pelas condições de trabalho e pela qualidade da informação produzida. A instituição vê a formação como garante de «"mais produtividade, adaptabilidade e empregabilidade", prevendo-se um aumento da mobilidade dos profissionais do sector».

Esta análise enquadra perfeitamente a situação de infortúnio passageiro em que se encontra o Prof. Marcelo. Brevemente poderemos dispôr outra vez da sua sapiência e da sua argúcia. Espero que a sua contratação não demore muito. Senão, como preocupadamente se revela na posta anterior, a oportunidade de trabalhar, o desespero por refazer a sua destroçada vida e a hipótese de comentar os trabalhos e leituras associadas, levá-lo-ão até à cozinha de alguma adega típica.
Até já estou a ver a entrevista com o dono da adega:
Manel dos Bifes: Então quer vir para aqui trabalhar? Percebe alguma coisa disto? Gosta ao menos de cozinhar?
MRS: "Gosto. Mas não sou um grande cozinheiro. Sou muito básico naquilo que faço. Tenho falta de tempo para a cozinha. Cozinhar, comer e beber é um acto de cultura. Sei cozinhar aquelas coisas básicas, bife à café, vários tipos de bife. Gosto de peixe com molho branco, mas confesso que coisas mais requintadas sou incapaz de fazer."

Pois... Sem requinte é que não pode ser...

À hora do almoço

O Público noticia a falta de "higiene e de formação de quem mexe nos alimentos". Logo agora que vou almoçar... Por coisas destas é que eu detesto ir a restaurantes onde a cozinha é vísivel da zona de refeições.
Não há pior que, entre uma garfada e outra, ter a visão, assaz perturbadora, do avental emporcalhado do ajudante de cozinha com os cabelos à solta ou a barba por fazer e que uma observação mais detalhada revela as unhacas por limpar...

"Infelizmente a falta de formação é muitas vezes uma constante. O que por vezes acontece é que há pessoas que só vão trabalhar para a restauração porque não têm outro trabalho"

Agora, esta frase... Experimentem substituir restauração por outra "ção" muito discutida hoje em dia e, ainda, se quiserem, "não têm" por "não querem". Infelizmente, a frase continua a suster-se.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Friedrich August von Hayek

Para o Miguel e para os seus Hayek Links.

O Die Welt apresenta um editorial escrito pelo Professor Gerd Habermann, director do "Arbeitsgemeinschaft Selbständiger Unternehmer (ASU)" (qualquer coisa como Agrupamento de Empresas Empreendedoras Independentes), sobre o título "Consciência social não é nenhuma consciência".
O Prof. Gerd escreve sobre quão actual se mantém as ideias de Hayek e que há novas oportunidades para o ensino do "grande sábio".

Depois de relatar a inspiração que Hayek deu a vários estadistas (p.ex. Reagan e Thatcher), termina, dizendo que a actual crise do estado providência na Alemanha cria uma hipótese para a aplicação das suas ideias.

Não percebi...

'Round Midnight

CartazOST
Um filme de Bertrand Tavernier.
Dexter Gordon como "lead man". Herbie Hancock como director musical.
Bobby McFerrin, Chet Baker, Lonette McKee, Bobby Hutcherson, Freddie Hubbard, Ron Carter, Tony Williams, Billy Higgins, Wayne Shorter e Cedar Walton.
Músicas:
'Round midnight
Body and soul
Bérangére's nightmare
Fair weather
Una noche con Francis
The peacocks
How long has this been going on?
Rhythm-a-ning
Still time
Minuit aux champs-elysées
Chan's song (never said)
'Round midnight

Para o Nuno.

Os craques

É um artista português!
O 2º golo do Cristiano Ronaldo é fabuloso. O livre do Petit é excelente. Viram a curva que a bola fez?

É tão fácil deixar de ser besta.

quarta-feira, outubro 13, 2004

A Luz sobre Lisboa na hora da abalada

Cousteau
"...
all the leaves are turning
Autumn's fingers burnished
furnished here in hope and in faith in the meantime
kinda working my way through a dream
I was having alone

there's something there...
(amongst the fallen fruit and flowers)
won't rest
(only minutes, only hours)
unless
(now the morning breaks in showers)
I'm left
with the North Wind breathing down my neck...

on The Last Good Day of The Year..."

As escolhas de José Manuel (Durão) Barroso

"la famille existe pour permettre à la femme d'avoir des enfants et d'être protégée par son mari"

Estas são palavras de Rocco Buttiglione durante as audições a que são sujeitos os comissários propostos por Durão Barroso - neste caso para suceder a António Vitorino na pasta da Justiça, Liberdade e Segurança. Este italiano, apoiado por Berlusconi e próximo do Vaticano, recebeu o voto negativo da comissão para as liberdades públicas do Parlamento Europeu.
Não é caso único: o húngaro László Kovács foi considerado incompetente para a pasta da energia, a holandesa Neelie Kroes-Smit viu as suas anteriores ligações profissionais apontadas como geradoras de conflitos de interesse na gestão da pasta da concorrência, a dinamarquesa Mariann Fischer Boel (proposta para a agricultura) omitiu da sua declaração de rendimentos os seus interesses em empresas açucareiras e a representante da Letónia, Ingrida Udre, gerou polémica ao declarar o seu "saudável eurocepticismo" (blasfémia!!!).

Não está fácil...

Saddam e os Curdos

Parece que muitos já se esqueceram das atrocidades que Saddam Hussein cometeu durante os anos 80 contra as populações civis Curdas (inclusive o uso de armas químicas).

A BBC relata, hoje, a descoberta de nove valas comuns com os corpos de bébés e crianças (algumas ainda segurando os seus brinquedos), mulheres e homens. As investigações foram conduzidas pelo Tribunal Especial Iraquiano e foram atrasadas porque experimentados investigadores europeus não se envolveram - a descoberta poderá condenar Saddam à morte...

Para que a memória selectiva não apague a História.
Barbárie

Muito lá de casa

Via RCP.
Imprescíndivel ter...Farty Towels
A série "Fawlty Towers" foi votada a mais popular num inquérito feito pela BBC.
Na impossibilidade de considerar o "M.P. Flying Circus" (cuja caixa, com a série completa, já mora lá na estante há algum tempo) uma sitcom (sim, de facto o que foi aquilo?), o meu voto acompanha o das massas.

Por acaso, ontem, entre as prendinhas natalícias lá vinha o "Cálice Sagrado".

terça-feira, outubro 12, 2004

What's cool: com ou sem?

PSL leu o seu discurso ao país, aparentemente, sem recurso ao teleponto. Usando óculos, mudando as páginas conforme avançava, afastando o recurso a tecnologia televisiva. É o PM a fazer o que prega: o uso do contraditório, face ao teleponto de Sócrates. Que é para isso que servem a RTP e RDP.

Já agora, alguém me explica o contraditório com Bagão Félix? Ou pertencem a governos de países diferentes? Ainda mais despesa...? Como é que a pretende financiar? Descendo impostos (o que per se, não seria mau - pelo menos para mim), só com o aumento da base de tributação (só poderá vir do crescimento exponencial previsto, porque do controlo da fuga fiscal não me parece).

É só "crowding-outs", é o que é...

Estado em que se encontra este escriba

Em repouso absoluto.
É o que se aconselha a um recém nascido, muito feliz por cá estar.

Obrigado Mãe. Obrigado Pai.

sábado, outubro 09, 2004

O som da indolência no Office

Eu ouço coisas...
Agradecido ao João por me fazer ir buscá-lo à estante.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Separados à nascença, unidos pelo mediunismo

Eleições no Afganistão

Via o "Le Monde".
Amanhã, sábado, os afgãos vão escolher de entre 16 candidatos, o presidente do país. Para o próximo ano estão previstas eleições parlamentares.
Os candidatos não se limitaram às suas zonas de influência (militar ou étnica) tendo a campanha decorrido em todo o país, apesar dos vários ataques terroristas, que poderão abalar também o dia do voto.
A possibilidade deste país se tornar uma democracia, depois de vinte cinco anos de guerra, deve-se ao esforço da comunidade internacional e dos próprios afgãos para deixar para trás o domínio absolutista dos "talibans".

Refém Britânico decapitado

Um ser humano decapitou outro ser humano com a ajuda de outros seres humanos, tendo registado esse acto em vídeo.
O decapitado nunca foi julgado, nem os crimes de que era acusado foram revelados. Não era soldado nem guerrilheiro. Era engenheiro.
É incompreensível.

Alteração da programação: Por motivos alheios à vontade do Governo...

Quem nunca se sentiu frustado pela alteração da programação anunciada pelas estações de televisão ou pela constante alteração de horários de emissão dos programas (com o salutar objectivo de maximizar o share e as receitas publicitárias)?

Em Espanha, o Estado regulamentou e penalizou tal prática - . Segundo o "La Razón" , O Conselho de Ministros multou a Telecinco em €350.000 por ter trocado uma série por outra. É que a programação é anunciada e fixada com onze dias de antecedência! Foi a 1ª vez que, num mesmo ano, uma estação se envolveu em tal prática mais de duas vezes, tornando o caso importante o suficiente para ir à reunião do Governo. A infracção foi majorada por ter acontecido no "prime time" e dada a repercussão social de tal prática.

Embora, enquanto espectador, gostasse que não trocassem as horas às poucas séries que consigo acompanhar, a livre escolha permite-me poder mudar de canal. Se todos os que se sentem prejudicados procedessem assim, consistentemente, as shares em queda (condicionantes dos preços e tempos de publicidade) diriam aos gestores desses canais que a programação deveria ser menos volúvel. Uma espécie de "mão invísivel" nas audiências...

Nem sempre Espanha será um exemplo a seguir, como neste caso. Em Portugal discute-se a influência do Estado no sector da comunicação (RTP, RDP, TV Cabo, DN, Telepac,...) e se a saída de MRS da TVI teve a ver com pressões governativas (bem sucedidas, dados os interesses da MC em alargar a sua actividade no cabo, p.ex.) e conclui-se pela privatização completa do sector. Eu concordo.
Se tal acontecesse, seria necessário que não se caísse em práticas de sobre-regulamentação. Senão, via essa prática, o Estado (através do poder legislativo e mesmo do executivo) continuaria a ter uma "golden share" no funcionamento do mercado.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Vou aderir a um sindicato!

"I was happy in the haze of a drunken hour
But heaven knows I'm miserable now

I was looking for a job, and then I found a job
And heaven knows I'm miserable now

In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?"

HEAVEN KNOWS I'M MISERABLE NOW - The Smiths


Industriais alemães pedem baixa de impostos

Via o "Die Welt".
O presidente da Câmara de Indústria e Comércio da Alemanha (DIHK), diz que pediu ao governo e à oposição para que, ainda durante esta legislatura, procedam à diminuição de impostos e à sua simplificação. Segundo diz, será a única forma de evitar a fuga maciça de empresas alemãs para o estrangeiro.
Para o presidente da associação industrial alemã (BDI), há que considerar também o problema das elevadas contribuições para os sistemas de segurança social.
Em resposta, o ministro das finanças, Hans Eichel, recusou tais propostas, uma vez que dado o estado das finanças estatais tal não seria possível. Por outro lado, referiu os esforços do governo federal para a criação de um sistema fiscal uniforme na UE.

Deve-se recordar que os governos da Alemanha e da França têm lutado para que os novos membros da UE com taxas de impostos (muito) mais baixas as revejam, sob pena de terem problemas com a atribuição de fundos comunitários.

Embriões Humanos para Adopção

Uma clínica de Barcelona disponibiliza para adopção, embriões que os pais biológicos, comprovadamente, abandonaram:
"(...)sólo el 6% de parejas consultadas por el Institut Marqués quiere destinarlos a la investigación, el 2,6% opta por destruirlos, mientras que el 61,7% no sabe o no contesta."

Até agora, ía-se a Espanha para abortar. Agora poderão os interessados(as) ir a Espanha para o processo inverso.

Marcelo na blogosfera!

Soube-se numa conversa de corredor aqui no Office (disse-me um primo, da cunhada, do sobrinho, da mulher do ascensorista de MRS), que Marcelo Rebelo de Sousa prepara a sua entrada na blogosfera.
Os sinais são por demais evidentes: Os Marretas alteraram a designação da sua caixa de comentários (dantes chamada de Marretadas) antecipando qualquer confusão de nomes com o título do novel blog. Ao que parece, depois de se inspirar lendo de uma assentada todos os livros da nova nobel da literatura Elfriede Jelinek - em alemão - a escolha de MRS foi "Marretadas" ou no caso de alguém por antecipação o ter registado, será "Marceladas".
Leitura obrigatória para todos os populares que pretendam tomar nota de dois ou três temas que possam discutir ao almoço com os colegas da repartição e assim parecerem, também eles, terem o dedo no pulsar do mundo.
É pelo menos isso que eu fazia no domingo à noite, enquanto esperava o resumo da jornada (também importante fonte de conversa nos "coffee breaks" lá na repartição)...

quarta-feira, outubro 06, 2004

Ministro quer contradizer

«O que eu sempre defendi é que deve em qualquer momento existir o princípio de contradição, com pluralismo e dando voz a diferentes pontos de vista».
O que é prática comum nos tribunais, aquando de um processo por difamação ou injúria. Não estou a ver que o crime de "ódio por comentário" esteja no Código Penal. Talvez algum penalista que visite o Office me esclareça.
Entretanto, deixo a sugestão ao ministro: que todas as rádios, jornais ou televisões tenham um membro do governo ou da AACS (como mandatária plenipotenciária), presente nas redacções e estúdios, para garantir o contraditório ou que não contradizem o governo. Uma das duas. A que fôr mais favorável.
Num contexto de censura ou de controlo de liberdade de expressão não há contraditório.
Mas tal não é constitucionalmente possível.

Ou é?

Comboio liga Lisboa a Setúbal

Bolas!
Primeiro foi a ponte AOS (actual 25 de Abril) depois a auto-estrada, depois a nova ponte VG e outra auto-estrada, tendo ligação por autocarro em ambas.
Agora leva-se menos de uma hora a ir do centro de Lisboa até à praça do Brasil, em Setúbal, usando o comboio.
Com tanta possibilidade de acesso a Setúbal, Lisboa corre cada vez mais o risco de se tornar um dormitório da cidade do Rio Azul...

Marcelo Rebelo de Sousa deixa a TVI

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, revoltou-se contra o habitual comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, no jornal de domingo passado da TVI.
O ministro não gostou do teor supostamente carregado de um ódio para com o governo de PSL que nem todos os partidos da oposição juntos poderiam transmitir. Achou também estranho a sua duração (45 minutos, ao que parece).
A Media Capital, através de Miguel Paes do Amaral, parece ter sido sensível aos argumentos do governo. Uma reunião com MRS, a pedido do administrador da estação, resultou no fim dos comentários domingueiros.
Aquilo que à primeira vista me pareceu uma zanga de comadres, um arrufo de picuinhices e desavenças partidárias antigas lavadas na praça pública, não me preocupou. Preocupou-me a presunção do ministro, e solidariamente de PSL que não o contradisse, que poderia usar a AACS para regular quem comenta o quê, onde e quando. O pedido do uso do "contraditório" com um comentador significa que a livre opinião só pode ser exercida mediante a disponiblidade de um oficial do governo para poder desdizer o falante.
Quem deve escolher o que ouve são os telespectadores (neste caso) ou os clientes dos jornais ou rádios, onde abundam os comentadores apoiantes das diversas tendências políticas. Os aparelhos de TV permitem mudar de canal facilmente! Se de alguma forma o governo ou o ministro se sentiram difamados ou injuriados, poderiam sempre recorrer aos tribunais para limpar a sua honra.
Resta saber como este caso será gerido dentro PSD; se estão dispostos a sujeitar MSR a um processo disciplinar ou não.
A Media Capital (à falta de mais informação disponível) parece ter cedido às pressões de um governante agastado mais com quem proferiu o comentário do que com o seu conteúdo - por mais que sugira o contrário. Gerir uma empresa que é uma estação de televisão poderá implicar submeter-se às pressões do regulador, de quem pode influenciar o mercado televisivo.
Nunca fui cliente dos comentários do Prof., mas os muitos que o eram poderão simplesmente deixar de ver a TVI no "prime time" de domingo. A diminuição de share e receitas publicitárias que isso acarreta, terão sido consideradas pela Media Capital. Coloca assim no mercado, um comunicador que nenhum "publisher" ou administrador de "Impresa", quer dizer imprensa, desprezará contratar. Mesmo assim a Media Capital preferiu concordar com o governo.
Este comentador não é um profissional da informação, um jornalista. Mas os que o são e que trabalham naquela redacção (bem como os das rádios e revistas do grupo) ficam a saber que estão sujeitos às pressões exteriores, via administração.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Era uma vez o espaço... (II)

SpaceShipOne - 30/09/04SpaceShipOne - 04/10/04
Já foi e já voltou. Duas vezes..
E já ganhou o prémio "Ansari X" (10 milhões de USD) para quem, até 1 de Janeiro 2005, construisse e lançasse uma nave com três pessoas, até uma altura de 100 km, a fizesse aterrar em segurança e repetisse o feito no espaço de 2 semanas.

Graham Greene

Graham Greene
Fez, no sábado passado, 100 anos que nasceu Graham Greene.
Cedo na adolescência tive a sorte de lhe conhecer as escritas, de imediatamente ficar preso à sua maneira de contar histórias, por vezes pouco piedosas para o Homem representado nos seus personagens. Serei mais um dos que dizem que o Nobel lhe fugiu injustamente, mas se o tivesse recebido teria porventura tido a oportunidade de conhecer por dentro esse processo de nomeações e os homens que nele participam, achando nele mais um alvo da sua escrita.
Da sua conversão ao catolicismo, às suas viagens e trabalhos de espionagem (que o ligou a Portugal durante a II G.M.), a satisfação de contrariar a sociedade onde vivia (a sua ligação à "toupeira" Kim Philby e algumas admirações pela URSS), à sua movimentada vida amorosa; tudo terá contribuído para os seus textos.

A BBc dedica-lhe uma página com uma entrevista, um quiz sobre o autor (acertei 8 em 10...) e vários links sobre assuntos com ele relacionados.
Aqui ficam, também, algumas frases do artigo da "The Economist" (link premium), lembrando a publicação do 3º volume da sua biografia por Norman Sherry:
"At school, where his father was headmaster, he rebelled against the established church and all forms of militarism and sport. The psychoanalysis he underwent at 16 softened his sense of alienation, yet this compelling and compulsive novelist was always a mischievous figure, a gadfly delighting in mocking the establishment into which he was born."

"His behaviour was rarely less than louche. Evelyn Waugh, a friend, called him a voluptuary."

"Yet Greene never shirked the concept of good and evil. Indeed, he converted to Roman Catholicism in 1926 when he became “convinced of the probable existence of something we call God”. His Catholicism informs a persistent moral debate—though not quite in the way the Church intended. His priests are often weak, and Greene is no admirer of piety. Take the narrator in “The Heart of the Matter”, for example: “The truth, he thought, has never been of any real value to any human being. In human relations, kindness and lies are worth a thousand truths.”"

"Greene himself said that his behaviour was an escape from deep boredom that had chased him since his schooldays. Escape took many forms: travelling, writing, and being in love, including multiple affairs, notably with Catherine Walston."[fonte de inspiração para "O Fim da Aventura"].


At the Office, late monday morning...

Greta Garbo
Few are at the office; most are away enjoying the holliday. All is quiet. Then, something like a clever explosion, took me far high, upon the stars.

domingo, outubro 03, 2004

Vitória empata com equipa eclesiástica

A UE, o Mediterrâneo e os fundos comunitários.

Noticia o El Mundo a reunião que juntou em Roma os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Espanha, França e Itália para discutir a estratégia da Europa do Sul face aos vizinhos do Norte de África.

«Los cuatro ministros han realizado una comunicación común en la que se han comprometido a "reforzar el Partenariado Euromeditarráneo" y han hecho un llamamiento común para que esta asociación goce en todos sus sectores de "recursos financieros adecuados".
Entre las iniciativas que se han discutido destaca la propuesta francesa de usar la "metodología de los fondos regionales europeos" para atribuirlos al desarrollo del norte de África y, en particular, del Magreb (...)»

Parece que o orçamento da UE só tem tendência a aumentar. A perspectiva de deslocamento dos fundos europeus para os novos membros de leste poderá levar alguns países a engendrar estratégias que lhes permitam manter o controlo de elevadas fatias do budget europeu. Não será por acaso que a proposta da "metodología de los fondos regionales europeos" vem da França.
Por um lado, interessa-lhe (para efeitos de política externa e mesmo interna) manter os estados francófonos do Magreb sob a sua influência. Por outro, aparece no quadro dos esforços que tem feito para demonstrar a injustiça que é atribuir fundos comunitários (provenientes dos impostos dos países mais desenvolvidos com taxas elevadas) aos novos membros (com taxas de imposto baixas), causando-se uma concorrência fiscal desleal.

Novas Fronteiras para Portugal

"Do que Portugal precisa é de um projecto modernizador, com a ambição de um salto qualitativo para a economia portuguesa, com a ambição de uma nova fronteira. (...) Portugal precisa de definir Novas Fronteiras.", Sócrates dixit.

Será a revelação de Sócrates como membro do GAO - Grupo dos Amigos de Olivença? Será que se fôr eleito, conseguirá que Portugal volte às suas novas-velhas fronteiras?
Eu sempre mantive a esperança de, um dia, todo o Alentejo voltar a ser nosso...

sexta-feira, outubro 01, 2004

Umberto Eco não curte a Net

Em entrevista ao Die Welt, Eco mostra-se apreensivo pelo papel da internet na comunicação e na cultura actual. A tradução é da minha responsabilidade...

"(...) A memória tem 2 funções: reter e filtrar. Se não jogamos fora metade do que aprendemos, ficamos loucos. Hoje vivemos numa era que tem mais informação disponível que em qualquer outra.(...)Dantes o trabalho de filtrar[a informação] era-nos aligeirado. Não só pela censura, mas as editoras escolhiam publicar uns livros e outros não. A cultura, no sentido antropológico, sempre teve a função de filtro.(...) Hoje existe o perigo de 6 mil milhões de pessoas terem 6 mil milhões de enciclopédias diferentes e não se entenderem nunca. Causando: o Oeste contra o Islão, eu contra si. É um dos grandes perigos do futuro."

Os perigos do livre acesso à informação ou à liberdade de formar opinião parecem-lhe avassaladores e serão certamente a causa de desgraças futuras.
Não podia discordar mais...

O PS, Sócrates e a Música

Será que este congresso do PS, momento da sagração de Sócrates e do seu estado geral de graça, trará a substituição da música de Vangelis como banda sonora do apoteótico encerramento?

Acho que a imagem "cool" de Sócrates não se coaduna com o, dantes tradicional, momento em que os congressistas e os seus recém eleitos líderes, hermanados num sorriso de crença num futuro cheio de "jobs", se abanavam compassadamente com os braços no ar e de mãos dadas.

6 convites Gmail 6

Quem quiser receber um dos 6 convites 6 para abrir uma conta no GMAIL (o e-mail do Google com 1 GB de capacidade) terá de deixar na caixa de comentários, abaixo, o seu nome (nada de pseudónimos!) e o e-mail onde querem receber o convite.

Mas, como "there isn't such thing as free lunches", terão de se mostrar merecedores. No vosso pedido de convite só têm de dizer qual a data de fundação do Vitória Futebol Clube.
Não é difícil, pois não?

Mérito ao Jazz

Via Jazz no país do improviso!:
"Por ocasião das comemorações do Dia Mundial da Música, a 1 de Outubro, o Ministério da Cultura, representado pela Secretária de Estado das Artes e Espectáculos, Teresa Caeiro, distingue amanhã o Hot Club de Portugal e José Duarte, entre outros, com a Medalha de Mérito Cultural"

Siga por aqui...
j a z z p o r t u g @ l

Dia Mundial da Música

Há prazeres que por vezes não são possíveis de descrever e de serem entendidos da mesma maneira por todos.
Ontem, uma colega, ao ouvir o som do disco abaixo, perguntava surpreendida: "Mas você gosta de jazz?!?!". Depois da minha confirmação, acrescentou: "Não percebo. Mas gostava de entender..."
Para quê? Diferentes músicas afectam diferentemente diferentes ouvintes. Mas todos devemos permitir-nos surpreender por coisas que não conhecemos. Também na música, o fascínio tão inerenente ao ser humano pelo que à partida não percebemos, envolve a relação com os sons para os quais a nossa racionalidade não criou explicação para a sua apreciação pelos outros.
Não tente ser racional. Apenas ouça. Vai ver que vai sentir.
Especialmente hoje, não faltarão oportunidades para ouver música.