O Investimento Público que eu gostaria de ter
Os investimentos públicos nosso país rimam com o novo aeroporto ou com o TGV. Ou, na modesta versão, com mais umas quantas auto-estradas que irão levar o tão almejado progresso ao nosso deprimido interior.
A discussão sobre como afectar os escassos recursos nacionais fica dividida em dois campos irredutíveis, ou seja, entre os amigos do investimento público e os inimigos deste.
Pela minha parte, sinto que sou avesso às dicotomias, gosto de me ver como o estranho, parafraseando o ensaísta Zygmunt Bauman, que não está fora nem dentro. O estranho é o elemento que vem perturbar o mundo ordenado e classificado em categorias diametralmente opostas.
Céptico daqueles dois grande investimentos, sou porém crente nas vantagens da modernização das linhas ferroviárias nacionais (desde a infância que amo os comboios, sentimento que nunca mais me abandonou). Mas não foram os comboios que me fizeram sair da modorra e descer (ou subir) até ao blog. Foram antes duas ou três coisas sobre as políticas para as cidade. E que têm a ver com o investimento público.
Gostaria de ver um plano nacional para a recuperação dos centros históricos cada vez mais deprimidos das nossas cidades (salvo raras excepções). O investimento público assim canalizado poderia gerar novas encomendas e emprego para a miríada de empresas de construção que operam à escala local e que hoje se debatem com muitas dificuldades. Teria a enorme vantagem de (re)orientar a actividade destas empresas para o sector da reabilitação. E centros históricos reabilitados atrairiam novos moradores, massa crítica para as cidades! E, com estes moradores, novas oportunidades de negócio (por exemplo, nas áreas da restauração) surgiriam! Enfim, acredito que haveria aqui um efeito multiplicador. Além disso, um plano desta natureza ajudaria a fazer recuar o paradigma do crescimento hoje dominante nas políticas autárquicas. Falo daquele crescimento imobiliário que tem desfigurado as nossa cidades, transformando-as em coisas descaracterizadas ou espaços suburbanos sem alma. Falo daquele crescimento que vê na paisagem natural um inimigo a abater e que vai comprometendo a nossa qualidade de vida. Teríamos mais desenvolvimento!
Sim, acredito nestas coisas. E sei, também, que por causa deste registo em tons impressionista serei apelidado de "socialista” pelo meu amigo aqui do blog.
A discussão sobre como afectar os escassos recursos nacionais fica dividida em dois campos irredutíveis, ou seja, entre os amigos do investimento público e os inimigos deste.
Pela minha parte, sinto que sou avesso às dicotomias, gosto de me ver como o estranho, parafraseando o ensaísta Zygmunt Bauman, que não está fora nem dentro. O estranho é o elemento que vem perturbar o mundo ordenado e classificado em categorias diametralmente opostas.
Céptico daqueles dois grande investimentos, sou porém crente nas vantagens da modernização das linhas ferroviárias nacionais (desde a infância que amo os comboios, sentimento que nunca mais me abandonou). Mas não foram os comboios que me fizeram sair da modorra e descer (ou subir) até ao blog. Foram antes duas ou três coisas sobre as políticas para as cidade. E que têm a ver com o investimento público.
Gostaria de ver um plano nacional para a recuperação dos centros históricos cada vez mais deprimidos das nossas cidades (salvo raras excepções). O investimento público assim canalizado poderia gerar novas encomendas e emprego para a miríada de empresas de construção que operam à escala local e que hoje se debatem com muitas dificuldades. Teria a enorme vantagem de (re)orientar a actividade destas empresas para o sector da reabilitação. E centros históricos reabilitados atrairiam novos moradores, massa crítica para as cidades! E, com estes moradores, novas oportunidades de negócio (por exemplo, nas áreas da restauração) surgiriam! Enfim, acredito que haveria aqui um efeito multiplicador. Além disso, um plano desta natureza ajudaria a fazer recuar o paradigma do crescimento hoje dominante nas políticas autárquicas. Falo daquele crescimento imobiliário que tem desfigurado as nossa cidades, transformando-as em coisas descaracterizadas ou espaços suburbanos sem alma. Falo daquele crescimento que vê na paisagem natural um inimigo a abater e que vai comprometendo a nossa qualidade de vida. Teríamos mais desenvolvimento!
Sim, acredito nestas coisas. E sei, também, que por causa deste registo em tons impressionista serei apelidado de "socialista” pelo meu amigo aqui do blog.