Simetrias
No turbilhão da Crise, não deixo de notar uns quantos fiéis do lassez faire, lasser passer, quase diríamos os puros entre os puros, que insistem em atribuir ao Estado a culpa pelos males do presente. Mesmo que os mercados suspirem, nestes tempos de incerteza, pelo Estado. Um estado que nacionaliza prejuízos e privatiza lucros… E eu não deixo de nutrir uma certa simpatia por estes irredutíveis liberais, que me fazem lembrar alguns marxistas mui escolásticos de há duas ou três décadas atrás.
É tudo uma questão de “ismo”, enquanto explicação da Crise que torna o real irreconhecível. Para uns, é a regulação que tolhe a liberdade dos mercados, para outros, é a falta de políticas socialistas… Simetrias, claro está. Mas é também a forma de lidarmos com a realidade, sempre pronta a desafiar as nossas crenças ou convicções. E então fazemos uso de antigas receitas, de rituais de purificação que voltam a insuflar sentido no mundo circundante.
Pois é. Todos nós precisamos de um suporte fantasmático, parafraseando Zizek, para lidar com o real, ou com a mudança que dele é atributo.
É tudo uma questão de “ismo”, enquanto explicação da Crise que torna o real irreconhecível. Para uns, é a regulação que tolhe a liberdade dos mercados, para outros, é a falta de políticas socialistas… Simetrias, claro está. Mas é também a forma de lidarmos com a realidade, sempre pronta a desafiar as nossas crenças ou convicções. E então fazemos uso de antigas receitas, de rituais de purificação que voltam a insuflar sentido no mundo circundante.
Pois é. Todos nós precisamos de um suporte fantasmático, parafraseando Zizek, para lidar com o real, ou com a mudança que dele é atributo.