O direito ao Golpe de Estado
"Se não estivéssemos na União Europeia, já tínhamos um golpe militar há muito tempo. Era inevitável, não temos porque não é possível, mas não podemos deixar continuar a correr as coisas. Nesse caso vamos assistir a revoltas, a um mal-estar que passa a ser incontrolável na sociedade portuguesa".
Estas palavras de Mário Soares pressupõem que ele compreenderia o surgimento de um levantamento militar com vista a alterar o regime actual.
Será que o ex-presidente se dá conta que estando o presidente da república em pleno gozo das suas funções, o parlamento livremente eleito a funcionar e existintindo um poder judicial independente, estas suas declarações só se podem entender como um apelo ao fim do estado de direito e de democracia parlamentar?
Embora vindos de lados diferentes e com conteúdos diferentes, assemelham-se contudo às propostas de A.J.Jardim para que o fim do regime seja consumado a toda a pressa e substituido por sabe-se lá o quê.
Assegurar que os militares se sublevavam se não fosse o enquadramento da União Europeia, é passar um atestado de menoridade democrática a todos os portugueses. Principalmente às gerações mais novas que nasceram depois do 25 de Abril e que não entendem estes tiques PRECuianos do notável ansião. Revela-se também mais um argumento que provavelmente pretende usar na campanha a favor da Constituição Europeia: sem a protecção dada por este tratado, existe o perigo do estado de direito em Portugal ser aniquilado.
Curiosamente, esta alusão a que a as forças armadas são o último bastião da democracia, segundo a datada cartilha soarista, ocorre no dia que marca oficialmente o fim do Serviço Militar Obrigatório.
Se a intenção era contribuir para a queda da maioria parlamentar, são palavras demasiado rídiculas para serem crédiveis. Vejamos como reagirá o PS (ou ignorará o pai fundador, como ignorou o filho). Se foi para dar ínicio à campanha a favor do "Sim" no tratado que o Dr. Soares entenderá ser o garante da continuidade democrática, as suas palavras mostram bem quão paternalistas são as ideias dos velhos políticos europeus, não se dando conta de quão irreversível é para o comum dos cidadãos a manutenção da liberdade.
Estas palavras de Mário Soares pressupõem que ele compreenderia o surgimento de um levantamento militar com vista a alterar o regime actual.
Será que o ex-presidente se dá conta que estando o presidente da república em pleno gozo das suas funções, o parlamento livremente eleito a funcionar e existintindo um poder judicial independente, estas suas declarações só se podem entender como um apelo ao fim do estado de direito e de democracia parlamentar?
Embora vindos de lados diferentes e com conteúdos diferentes, assemelham-se contudo às propostas de A.J.Jardim para que o fim do regime seja consumado a toda a pressa e substituido por sabe-se lá o quê.
Assegurar que os militares se sublevavam se não fosse o enquadramento da União Europeia, é passar um atestado de menoridade democrática a todos os portugueses. Principalmente às gerações mais novas que nasceram depois do 25 de Abril e que não entendem estes tiques PRECuianos do notável ansião. Revela-se também mais um argumento que provavelmente pretende usar na campanha a favor da Constituição Europeia: sem a protecção dada por este tratado, existe o perigo do estado de direito em Portugal ser aniquilado.
Curiosamente, esta alusão a que a as forças armadas são o último bastião da democracia, segundo a datada cartilha soarista, ocorre no dia que marca oficialmente o fim do Serviço Militar Obrigatório.
Se a intenção era contribuir para a queda da maioria parlamentar, são palavras demasiado rídiculas para serem crédiveis. Vejamos como reagirá o PS (ou ignorará o pai fundador, como ignorou o filho). Se foi para dar ínicio à campanha a favor do "Sim" no tratado que o Dr. Soares entenderá ser o garante da continuidade democrática, as suas palavras mostram bem quão paternalistas são as ideias dos velhos políticos europeus, não se dando conta de quão irreversível é para o comum dos cidadãos a manutenção da liberdade.