Manuel Castells
Na Europa, sem tradição de I&D no tecido empresarial, é o Estado que deve ser o motor do processo de inovação tecnológica, afirma M. Castells em entrevista ao jornal Público. Mas a mudança tem de começar dentro do próprio Estado, com novas formas de organização, incorporação de tecnologias e mais transparência na relação com os utentes e os cidadãos em geral. Em suma, uma administração moderna, facilitadora dos processos de mudança social nas empresa e organizações, que crie as condições para o deflagrar da inovação.
“ Nos países em que o Estado entendeu que o seu papel era dinamizar a inovação, apoiar o empreendedorismo e fazer da inovação tecnológica e social uma força dinâmica, a acção do Estado facilitou o processo. Nos países em que o Estado, ou adoptou um modelo neoliberal, deixando tudo para o mercado resolver, ou é prisioneiro de interesses corporativos, tanto de empresas como de sindicatos – como é o caso da Alemanha, aí não houve qualquer avanço”.
Dá o exemplo da Finlândia, “ a sociedade de informação mais avançada do mundo”, uma economia extremamente competitiva e com um nível elevado de coesão social, em que o governo, em face de instituições financeiras profundamente conservadoras, criou uma empresa pública que actua como capital de risco e na dependência do parlamento. Outro organismo criado pelos finlandeses foi o Tekes, que “identifica os projectos de inovação de empresa e universidades, que organiza as ligações entre as empresas e as universidades e que financia projectos em função das prioridades estratégicas do país”.
Tudo isto, no entanto só terá um impacto positivo se houver profunda mudança na máquina administrativa, referiu o sociólogo.
Realçou ainda a importância das PME, da necessidade de se organizarem em rede, ao invés dos processos de concentração, que lhes reduziriam a flexibilidade na acção e criação de emprego.
“ Nos países em que o Estado entendeu que o seu papel era dinamizar a inovação, apoiar o empreendedorismo e fazer da inovação tecnológica e social uma força dinâmica, a acção do Estado facilitou o processo. Nos países em que o Estado, ou adoptou um modelo neoliberal, deixando tudo para o mercado resolver, ou é prisioneiro de interesses corporativos, tanto de empresas como de sindicatos – como é o caso da Alemanha, aí não houve qualquer avanço”.
Dá o exemplo da Finlândia, “ a sociedade de informação mais avançada do mundo”, uma economia extremamente competitiva e com um nível elevado de coesão social, em que o governo, em face de instituições financeiras profundamente conservadoras, criou uma empresa pública que actua como capital de risco e na dependência do parlamento. Outro organismo criado pelos finlandeses foi o Tekes, que “identifica os projectos de inovação de empresa e universidades, que organiza as ligações entre as empresas e as universidades e que financia projectos em função das prioridades estratégicas do país”.
Tudo isto, no entanto só terá um impacto positivo se houver profunda mudança na máquina administrativa, referiu o sociólogo.
Realçou ainda a importância das PME, da necessidade de se organizarem em rede, ao invés dos processos de concentração, que lhes reduziriam a flexibilidade na acção e criação de emprego.