Problemas antigos
A perspectiva de problemas com a manutenção da fábrica Autoeuropa, da Volkswagen, em Palmela, recorda-me o processo de encerramento da Renault em Setúbal.
Nessa altura o Estado ficou com o encargo de socorrer os desempregados e encontrar alguém que reactivasse as instalações fabris.
Espero, como é óbvio, que seja possível um acordo entre as partes para que a fábrica se mantenha competitiva dentro do gupo e possa vir a aceder a outros projectos que lhe aumentem a longevidade. O que me parece que por vezes se esquece, é que a indústria automóvel cria e fecha fábricas em vários países, em intervalos de vários anos, dependendo da existência de projectos que as justifiquem. Infelizmente para Portugal, nada foi feito para o preparar, para o tornar mais atraente aos investidores nacionais e internacionais. Nada que servisse de compensação à provável perda deste contributo para o PIB (incluindo todas as empresas ligadas ao projecto da Volkswagen). Mantiveram-se as mesmas políticas de intervencionismo e sobre-regulamentação estatal. Manteve-se a predesposição a subsidiar ou taxar tudo o que se mexia.
É mais que o futuro dos trabalhadores, da região de Setúbal, aquilo que está em causa. O efeito no resto do país pode ser significativo - também via o peso acrescido para o estado providência que tantos milhares de desempregados significam. Pouco tempo resta para alterar o estado a que isto chegou. Espero que os neo-socialistas no governo (e na oposição...) percebam isto.
Texto já colocado no Insurgente.