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Um dos aspectos mais curiosos deste debate tem sido o eco e a leitura feita pelos editorialistas/directores do Expresso e do Público que ao mesmo tempo que deificam as declarações da ministra vão refazendo o seu combate à escola pública como espaço de esbanjamento do Estado Social, dando novos conselhos e apontando o alvo para dois novos objectivos: a gestão democrática das escolas: - "A escola para ser eficaz é um sistema não democrático" e o fim da escola pública através do "cheque educação", que permitiria a "igualdade entre ricos e pobres". Esta nova teoria que preconizam é certamente fruto de um percurso político singular que permitiu, àqueles jornalistas fazer directamente um upgrade do pedigree ideológico do estalinismo para o neo-liberalismo, sem ponta de pudor.(...)
Mas se o 25 de Abril foi o "ensaio geral para construir um futuro melhor", a vivência de uma sociedade democrática não pode prescindir do aperfeiçoamento da escola pública, numa perspectiva político-pedagógica que respeite a diversidade cultural e social das crianças e dos jovens, como um dos contributos fundamentais para ensaiar "novas formas sociais de futuro".