Escolhidos a dedo
Quando Mário Soares foi escolhido como candidato oficial (por oposição ao alternativo candidato do “milhão de votos”) do PS às presidenciais, não consegui deixar de entreter o pensamento que tal tinha sido uma escolha estranha. Porque raio haveria José Sócrates de apoiar quem, meses antes, tinha participado activamente na campanha de João Soares (seu filho) para o lugar de Secretário-Geral do PS. Se não me falha a memória foi até uma campanha assaz aguerrida (também o alternativo candidato do “milhão de votos” participou).
O resultado das presidenciais foi o que foi para o PS.
Novas eleições, nova escolha de candidato. O PS, guiado de forma inquestionável por José Sócrates, escolhe Vital Moreira para cabeça-de-lista. Um intelectual ex-comunista (pecado ultra capital para quem ainda o é) com um discurso e imagem pública a condizer.
Passados que são os primeiros dias de campanha, começam a acumular-se os momentos menos felizes do candidato. Contradições com a liderança, propostas desalinhadas com a posição da direcção partidária, prestações menos felizes nos debates televisivos. E ainda falta mais de uma semana.
Serei só eu ou mais alguém pensa que José Sócrates não tem feito nenhum favor ao PS com as suas escolhas de candidatos?
Já colocado no Insurgente.