terça-feira, setembro 14, 2004

A (in)eficiência pública

Hoje, o Semanário Económico dá conta de um trabalho levado a cabo por dois economistas do ISEG, que compara dados de trinta países da OCDE, na Saúde e na Educação.

Numa altura em que PSL descobriu a solução para financiar a gula financeira do SNS através da diferenciação nas taxas moderadoras, o jornal retira do estudo que"...seria apenas necessário utilizar 63% dos recursos financeiros, para atingir os mesmos resultados em termos de esperança média de vida e taxa de mortalidade infantil."

Já para a Educação, o Semanário refere que "em Portugal deveria ter sido possível, com 30% dos gastos efectuados em Educação, obter os mesmos níveis de sucesso escolar. "
Curiosamente, o Público noticia outro estudo da OCDE, dando conta das baixas retribuições auferidas pelos professores face aos resto dos seus congéneres. Ao mesmo tempo, teremos também um ratio bastante baixo de professores por milhar de alunos.

Será que se ligarmos os dois estudos, podemos concluir que se se gasta dinheiro a mais na Educação (dada a (in)eficiência do sistema) e que os seus principais agentes (é verdade: também há os alunos) ganham relativamente pouco, é porque o(a)s Técnicos Auxiliares de Limpeza e Vigilância (antigos contínuos) são pagos ao nível do Mourinho, tendo uma eficiência inferior ao do Sporting este fim de semana? Consumirão eles os 70% de recursos desperdiçados? Só pode ser isto, não é?
É que os 70% podiam ser usados num aumento extraordinário dos professores. Ou em mais tempo de férias pagas.
Ou em mais e melhores escolas. Ou em bolsas premiando a performance. Ou em menos impostos.

Aceitam-se sugestões...