sexta-feira, janeiro 28, 2005

Sondagens

Saíram esta sexta-feira várias sondagens e todas espelham a mesma tendência : a esquerda cresce enquanto a direita cai.
Importa, contudo, ir para além da epiderme dos números.
A abstenção, cujo nível é difícil de medir em sondagens, tradicionalmente mais vocacionadas paras as variações entre os diversos agrupamentos partidários, poderá confundir o resultado no que toca à existência de maioria absoluta. Nada é certo neste domínio.
Existe, de há algum tempo a esta parte, um partido que aparece subavaliado nas sondagens. Trata-se do CDS, como o demonstram os resultados das últimas eleições em que concorreu sem ser coligado (europeias e legislativas). Talvez isso se deva ao facto de algumas das bandeiras deste partido não serem muito politicamente correctas (casos da imigração e do aborto) , o que poderá levar alguns inquiridos a ocultar a sua intenção de voto, quando perante formas de inquirição telefónica ou directa (é sempre mais fiável a simulação de voto em urna fechada).
O que parece evidente é a extrema erosão do PSD, que não resistiu à experiência de governação protagonizada por Pedro Santana Lopes, e também o notável crescimento do Bloco de esquerda, sem dúvida uma boa notícia; na sondagem da católica, este partido parece tão credível no indicador de economia e finanças como no das políticas sociais, certamente para arrepio dos liberais da blogosfera.
Para terminar, um apontamento para a CDU, onde a resistência se cruza cada vez mais com a incapacidade em seduzir novos eleitores; parece ter mesmo abdicado destes.