quinta-feira, fevereiro 10, 2005

O Aviador

Example
Vi o Aviador de Martin Scorsese, baseado na vida do excêntrico milionário Howard Hughes.
Não é, nem de longe, um filme marcante na obra de Scorsese, mas ainda assim contém aspectos interessantes. Desde logo, a contradição do personagem, entre o desejo de abraçar o mundo através da materialização dos sonhos ligados à aviação e o medo de ser contaminado por esse mesmo mundo; a demência que progressivamente se vai apossando de Hughes.
Scorsese filma magistralmente o glamour da Hollywood dos anos trinta e quarenta. Centra-se no lado empreendedor do personagem, no seu desejo de criar e inovar , metáfora de uma América livre e inventiva por oposição aos constrangimentos institucionais representados nas figuras do presidente da Pam Am e do senador da persecutória comissão de inquérito. É o mesmo espírito de Tucker, realizado por Francis Ford Coppola, que exaltava a livre iniciativa e o espírito inventivo de um fabricante de automóveis independente.
De fora, ficam aspectos mais sombrios da vida de Hughes, como as ligações à CIA e à máfia nos anos cinquenta.
Últimas notas para a excelente Cate Blanchett no papel de Katharine hepburne e para a nada convincente Kate Beckinsale a encarnar Ava Gardner.