sexta-feira, outubro 28, 2005

A OTA

Tal como se previa, a OTA vai mesmo avançar. E uma vez mais, o Governo lança números pouco credíveis : perto de 90% do custo da obra suportada pelos privados (acredite quem quiser).
Ficámos também a saber que os estudos de viabilidade financeira do projecto, bem como do seu impacte na economia, só estarão concluídos mais tarde.
Interrogo-me por que razão, ao nível do governo central, a decisão de enveredar por determinados projectos, que implicam a afectação de recursos por natureza escassos, nunca é sustentada em estudos, que estes servem apenas para caucionar a obra quando esta já vai a meio e se tornou, por via disso, irreversível. Os estudos são assim encomendados pela piores razões : reforçar o poder simbólico das decisões, nem sempre claras, dos governos; são politicamente orientados, passando a componente técnica a não ser mais do que mera ornamentação.
Por fim, a decisão de usar a base aérea de Beja para as companhias de baixo custo só pode ser entendida como uma tentativa de anular essa vantagem comparativa, em face da distância entre Lisboa e a capital de distrito alentejana.
Julgará o ministro Mário Lino que os portugueses serão "otários"?