segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Visto

Example

Na sexta-feira fui ver o último filme de Spielberg.
A caminho de casa, tinha ido ouvindo um programa de rádio, dedicado ao filme. À apresentadora habitual, juntou-se uma jornalista (anunciou-se como tal) da estação de rádio e um crítico de cinema (honra lhe seja feita, pelo menos ainda tentou falar de cinema). O programa funciona como um fórum aberto aos ouvintes que podem enviar mensagens ou telefonar.
Tenho ouvido muitos dislates neste tipo de programas, mas desta vez o que mais surpreendeu (forço-me para não escrever chocou) foi a ignorância contextual de quem botava opinião. E refiro-me particularmente aos três apresentadores.
Durante uma hora conseguiram confundir ainda mais os ouvintes que um após o outro confessavam desconhecer os factos que servem de base ao livro e ao filme. Mas que iam ver e que, sim senhor, os terroristas são maus, mas os tipos da Mossad também, e, se calhar eram amadores, e...
O resultado?
Declarações de pacifismo acéfalo e banalidades cinéfilas sobre o autor de ET.
Merecidas?
Não quero desvendar o final do filme, mas ele representa a conclusão para a qual todas as cenas ajudam a apontar: usar o terror contra o terror não ajuda a erradicá-lo. Atentem nas torres que aparecem lá ao fundo da imagem...
Decididamente não será um dos melhores filmes de Spielberg (tal como a Guerra dos Mundos).