Modernas Censuras
Ontem à noite, no Jornal da SIC Notícias, o comentador desportivo Rui Santos interrogava-se sobre a imagem deixada por Portugal neste Mundial, fazendo timidamente alusão aos “factos” que tem sido glosados (maliciosamente) por alguma imprensa internacional. Refiro-me às já famosas quedas protagonizadas pelos jogadores portugueses, enfim, às faltas simuladas ou às perdas de tempo, para prejuízo do espectáculo. Evidentemente que o jornalista, ou melhor dizendo, o serviçal, não lho permitiu, pois havia que preservar a operação de propaganda montada em toda a linha pela estação de Carnaxide. Bastou o recurso à célebre fórmula de que “o nosso tempo está a chegar ao fim”, o uso do tom imperativo para calar o incauto analista destas coisas do futebol, que não percebeu que o “Desporto-Rei” tomado pela retórica nacionalista acaba em território proibido.
A informação que se dane pois, que o tempo era de ardor patriótico, do aplauso fácil em lugar da impertinência da livre crítica.
A informação que se dane pois, que o tempo era de ardor patriótico, do aplauso fácil em lugar da impertinência da livre crítica.