O "reformas-gate" de Setúbal
Carlos Sousa resignou-se à vontade do seus pares.
Não dos seus eleitores, mas dos seus correlegionários políticos, que usando dos poderes que obtiveram dentro do aparelho do partido, através do impoluto e indiscutível método do centralismo democrático, mudaram a avaliação que faziam de um autarca que conta no seu currículo com várias vitórias para o PCP (ou CDU, se preferirem) em eleições nos concelhos de Palmela e Setúbal. Carlos Sousa foi uma aposta de Carlos Carvalhas para derrotar em 2001 um enfraquecido Mata Cáceres (PS), porque gozava em Setúbal do prestígio adquirido na sua gestão do munícipio de Palmela.
Talvez tenha chegado agora o tempo da concelhia setubalense se livrar deste "estranho" e quiçá, não-tão-ortodoxo-quanto-devia camarada. Aproveitando o enfraquecimento da sua posição decorrente do pendente inquérito sobre as duvidosas reformas antecipadas (a tempo de fugirem à nova lei) e sobre a sua intervenção no mesmo, o partido dispensou-lhe os serviços.
E os eleitores e munícipes setubalenses?
Terá um partido o direito de (de facto) "despedir" um presidente de câmara ou mudá-lo a meio do mandato?
Será que o vereador Fernando Negrão (PSD) tem razão quando pede eleições antecipadas porque nas eleições se vota em pessoas e não em partidos? E quando Santana Lopes foi substituído na CML por Carmona Rodrigues ou Isaltino Morais na CMOeiras por alterações decididas dentro dos seus partidos?
A confusão é responsabilidade de um sistema eleitoral ambíguo, que promove a personalização dos cargos mas mantem na base a dependência das entidades partidárias no controlo das listas e cargos obtidos.
Não fui votante de Carlos Sousa e decididamente preferia que não fosse uma reunião de membros de um dos últimos partidos totalitários da Europa a decidir sobre quem vai gerir, nos próximos anos, o caos em que está a CMS. No entanto, não tenho a certeza de que se deva pedir eleições antecipadas sem antes ou ao mesmo tempo assumir a necessidade de alterações aos métodos eleitorais.
Não dos seus eleitores, mas dos seus correlegionários políticos, que usando dos poderes que obtiveram dentro do aparelho do partido, através do impoluto e indiscutível método do centralismo democrático, mudaram a avaliação que faziam de um autarca que conta no seu currículo com várias vitórias para o PCP (ou CDU, se preferirem) em eleições nos concelhos de Palmela e Setúbal. Carlos Sousa foi uma aposta de Carlos Carvalhas para derrotar em 2001 um enfraquecido Mata Cáceres (PS), porque gozava em Setúbal do prestígio adquirido na sua gestão do munícipio de Palmela.
Talvez tenha chegado agora o tempo da concelhia setubalense se livrar deste "estranho" e quiçá, não-tão-ortodoxo-quanto-devia camarada. Aproveitando o enfraquecimento da sua posição decorrente do pendente inquérito sobre as duvidosas reformas antecipadas (a tempo de fugirem à nova lei) e sobre a sua intervenção no mesmo, o partido dispensou-lhe os serviços.
E os eleitores e munícipes setubalenses?
Terá um partido o direito de (de facto) "despedir" um presidente de câmara ou mudá-lo a meio do mandato?
Será que o vereador Fernando Negrão (PSD) tem razão quando pede eleições antecipadas porque nas eleições se vota em pessoas e não em partidos? E quando Santana Lopes foi substituído na CML por Carmona Rodrigues ou Isaltino Morais na CMOeiras por alterações decididas dentro dos seus partidos?
A confusão é responsabilidade de um sistema eleitoral ambíguo, que promove a personalização dos cargos mas mantem na base a dependência das entidades partidárias no controlo das listas e cargos obtidos.
Não fui votante de Carlos Sousa e decididamente preferia que não fosse uma reunião de membros de um dos últimos partidos totalitários da Europa a decidir sobre quem vai gerir, nos próximos anos, o caos em que está a CMS. No entanto, não tenho a certeza de que se deva pedir eleições antecipadas sem antes ou ao mesmo tempo assumir a necessidade de alterações aos métodos eleitorais.