"Ser Setubalense": conversas entre bloggers - I
Mesmo sendo setubalense de importação, com bem mais de metade da minha vida passada na cidade, fico satisfeito por poder discuti-la com outros. Mais ainda se eles se interessarem por ela tanto (ou mais) quanto eu. Assim, irei começar a publicar uma série de posts resultantes de conversas via e-mail com outros bloggers (podem encontrá-los aqui, no grupo do Google SetúbalNow) e que teve ínicio a propósito de um debate sobre o tema "Ser Setubalense", a decorrer no Museu do Trabalho Michel Giacometti.
O João Aldeia esteve presente e disso deu conta no Cetobriga. Outros bloggers deram o seu ponto de vista sobre o "Ser Setubalense" e o João Aldeia fez algumas interrogações que, com a sua autorização, passo a citar (outras participações no SetúbalNow se seguirão noutros posts):
Porque é que os setubalenses têm este problema de identidade? O facto de questionarem o que é ser setubalen-se (e fazem-na há muitas décadas!) é, só por si, intrigante. É curioso que o Museu do Trabalho procurou uma resposta, não nos setubalenses "históricos", mas sim naqueles que chegaram, como imigrantes, há pouco tempo à cidade - como se quisesse defir o conceito do que é ser "setubalense" a partir de fora, da fronteira exterior. No debate fiz uma intervenção referindo o insólito "mal estar" com que os setubalenses encaram os seus monumentos e estátuas públicas (fonte luminosa, monumento ao 25 de Abrilna Pc. Portugal, um outro na Av.luisa Todi, pórtico do Pq.Jose Afonso...), dos quais dizem sistematicamente mal, e isto há décadas! Na sequência da minha intervenção ouvi um remoque de um dos mais genuínos setubalenses, o sr. Joao Envia, que me sentenciou: "é que nós estamos habituados a melhor!" Fiquei surpreendido: então esses monumentos e estátuas não foram lá colocados pelos próprios setubalenses? Acaso foram colocados por extra-terrestres? Se queriam melhor, porque não o fizeram? E se o fizeram assim, porque é que dizem tanto mal? Reparem: não estou a dizer se os monumentos são maus ou bons - estranho é a violência da crítica. É como ir a casa de alguém e ouvi-lo dizer mal dos quadros e bibelots que lá tem em casa. Então porque é os colocou lá? E se não gosta deles, porque não os tira? Se fosse em Sesimbra (também sou Sesimbrense...) remataria com: "Estatão, ó !?" (corruptela de "o que é isto então?")