Bagdad está a arder
Ou então, Democracia ≠ Liberdade.
Com a ocupação americana do Iraque, puderam os iraquianos exercer o seu direito de voto em eleições plurais, abertas e competitivas. Elegeram deputados e têm um governo representativo. Em estrito senso, têm hoje Democracia (governo do povo para o povo; eleição de representantes por sufrágio directo e universal)
E no entanto não se respira um ambiente de liberdade ou de tolerância. Das eleições, emergiram quase só partidos de base étnica ou religiosa, um quadro propício ao irredentismo e à violência sectária. Alguns sectores da sociedade, desfrutam hoje de menos liberdade do que no tempo do despotismo de Saddam Hussein, caso das minorias religiosas, dos grupos secularizados ou das mulheres. Atente-se por exemplo neste testemunho de uma cidadã e (blogger) deste novo Iraque:
Para mim, Junho marcou o primeiro mês em que não me atrevi a sair de casa sem hijabou lenço. Não uso hijab normalmente, mas já não é possível sair sem o fazer. Não é uma boa ideia. (...) Olho para as minhas roupas – jeans e t-shirts e saias coloridas – e é como se estivesse a estudar um roupeiro de outro país, de outra vida, de outra vida. Houve um tempo em que mais ou menos usávamos o que queríamos se não estivéssemos em público. (...) Não há leis a dizerem que devemos usar hijab (aind), mas há homens vestidos de negro e com turbante, os extremistas e fanáticos libertados pela ocupação. Já não queremos ser vistas. (...).
Não queremos atenção – da polícia, dos milicianos de negro, do soldado americano.
E no entanto não se respira um ambiente de liberdade ou de tolerância. Das eleições, emergiram quase só partidos de base étnica ou religiosa, um quadro propício ao irredentismo e à violência sectária. Alguns sectores da sociedade, desfrutam hoje de menos liberdade do que no tempo do despotismo de Saddam Hussein, caso das minorias religiosas, dos grupos secularizados ou das mulheres. Atente-se por exemplo neste testemunho de uma cidadã e (blogger) deste novo Iraque:
Para mim, Junho marcou o primeiro mês em que não me atrevi a sair de casa sem hijabou lenço. Não uso hijab normalmente, mas já não é possível sair sem o fazer. Não é uma boa ideia. (...) Olho para as minhas roupas – jeans e t-shirts e saias coloridas – e é como se estivesse a estudar um roupeiro de outro país, de outra vida, de outra vida. Houve um tempo em que mais ou menos usávamos o que queríamos se não estivéssemos em público. (...) Não há leis a dizerem que devemos usar hijab (aind), mas há homens vestidos de negro e com turbante, os extremistas e fanáticos libertados pela ocupação. Já não queremos ser vistas. (...).
Não queremos atenção – da polícia, dos milicianos de negro, do soldado americano.
In Público.
Baghdad Burning
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