Dois Anos de Governo
Ainda a tempo de referir os dois anos de governo Sócrates, o meio do mandato.
Num quadro marcado pela quase estagnação económica (o crescimento é tímido e a retoma uma miragem) e pela desesperança, sobressai porém a saúde política do primeiro-ministro e do seu governo, em forte contraste com o estado anémico das oposições partidárias, em particular as que estão situadas à direita.
O CDS/PP, com uma liderança intermitente, definha a olhos vistos enquanto espera por Portas. Já o PSD, partido da alternância de governo, há muito parece ter perdido o norte da credibilidade. As políticas do eng. Sócrates (que diga-se são muitos mais liberais do que algumas vez foram as do governos do PSD) tiveram o efeito de confundir o maior partido da oposição, cujo líder, Marques Mendes, é o espelho da desorientação política. Já nem em alternância se constitui, quanto mais em alternativa.
Sobre a esquerda, a incapacidade estrutural em fazer a ponte entre os movimentos sociais e reivindicativos e o esboçar de alternativas políticas que sejam credíveis aos olhos dos eleitores.
O PC mantém o seu espaço de influência, dos sindicatos aos trabalhadores da Administração Pública, passando pelo que resta do proletariado industrial, mas, na sua prática política, não se vislumbra estratégia nem vontade em alargar o horizonte eleitoral. É como que um universo interior ou fechado, uma totalidade que se basta a si mesma. No Be notam-se os primeiros sinais de uma crise de crescimento, o último ano pautou-se por um estranho e progressivo apagamento político, apenas quebrado pelo referendo do aborto, onde fizeram uma campanha eficaz. Mas, mesmo neste fracturante tema, a iniciativa política é, como hoje se veio a provar, do primeiro-ministro. Sócrates provou não ser Guterres. Enfim, do bloco, precisa-se de mais consistência política e menos demagogia multiculturalista.
Se o horizonte económico do país não é risonho, já o futuro de Sócrates, e do seu governo socialista, parece ser pouco menos do que radioso.
Num quadro marcado pela quase estagnação económica (o crescimento é tímido e a retoma uma miragem) e pela desesperança, sobressai porém a saúde política do primeiro-ministro e do seu governo, em forte contraste com o estado anémico das oposições partidárias, em particular as que estão situadas à direita.
O CDS/PP, com uma liderança intermitente, definha a olhos vistos enquanto espera por Portas. Já o PSD, partido da alternância de governo, há muito parece ter perdido o norte da credibilidade. As políticas do eng. Sócrates (que diga-se são muitos mais liberais do que algumas vez foram as do governos do PSD) tiveram o efeito de confundir o maior partido da oposição, cujo líder, Marques Mendes, é o espelho da desorientação política. Já nem em alternância se constitui, quanto mais em alternativa.
Sobre a esquerda, a incapacidade estrutural em fazer a ponte entre os movimentos sociais e reivindicativos e o esboçar de alternativas políticas que sejam credíveis aos olhos dos eleitores.
O PC mantém o seu espaço de influência, dos sindicatos aos trabalhadores da Administração Pública, passando pelo que resta do proletariado industrial, mas, na sua prática política, não se vislumbra estratégia nem vontade em alargar o horizonte eleitoral. É como que um universo interior ou fechado, uma totalidade que se basta a si mesma. No Be notam-se os primeiros sinais de uma crise de crescimento, o último ano pautou-se por um estranho e progressivo apagamento político, apenas quebrado pelo referendo do aborto, onde fizeram uma campanha eficaz. Mas, mesmo neste fracturante tema, a iniciativa política é, como hoje se veio a provar, do primeiro-ministro. Sócrates provou não ser Guterres. Enfim, do bloco, precisa-se de mais consistência política e menos demagogia multiculturalista.
Se o horizonte económico do país não é risonho, já o futuro de Sócrates, e do seu governo socialista, parece ser pouco menos do que radioso.