Peixinho bom para os pobrezinhos
A azáfama na ASAE é tão grande que começo a sentir pena dos esforçados inspectores.
Além de terem de usar aqueles capuzes fantásticos, que no Inverno tanto jeito darão para os abrigar das geadas e frios madrugadores mas que no Verão que aí vem lhes provocará assaduras no pescoço e comichão no couro cabeludo, além disto, dizia eu, ainda têm um horário de trabalho incomparável na administração pública.
Bom, na realidade são uma polícia, por isso não há horas para a sua vigilância e pronta actuação (são um pouco como a pithoniana "bloody spanish inquisition" - "nobody expects them").
Uma coisa é certa: as TV's apaixonaram-se por eles e dia sim dia não (ou sim), lá temos uma reportagem alargada, o equivalente português do COPS, com os diligentes inspectores a ensacar milhares de CD's, DVD's ou T-Shirts. Tudo produto falsificado, com marcas que são propriedade de alguém ou de alguma empresa. Acção meritória, pois então.
Hoje de madrugada estiveram na lota de Setúbal, espingardas e coletes à prova de bala, rostos tapados - a importância que o actual governo coloca nos serviços secretos e de informações começa também a notar-se aqui.
E, espanto dos espantos, descobriram peixe em caixas de madeira, com pouco gelo, associada à falta dos trezentos cinquenta e sete documentos providenciados pelos duzentos e trinta e cinco departamentos estatais,necessários à certificação que um carapau é um carapau é um carapau.
Tudo apreendido!
E para onde vai o peixinho?
Para o Banco Alimentar e para as insubstituíveis inntituições que apoiam os mais desvalidos, para as mesas que servem. Trabalho meritório, sem dúvida.
Explicava uma das chefas dos inpectores, cara descoberta, coragem exposta ao mundo e à vingança do pessoal da lota ("olhá, pá, 'miga! abrre já a boca toda!" diriam alguns deles...), que o peixinho não servia para ser comercializado.
Nós, os cidadãos protegidos, agradecemos a diligência destes cavaleiros. Os outros, os pobrezinhos, agradecem que hoje nós não comamos carapaus.
Diz que hoje se comemora o dia do consumidor.
Além de terem de usar aqueles capuzes fantásticos, que no Inverno tanto jeito darão para os abrigar das geadas e frios madrugadores mas que no Verão que aí vem lhes provocará assaduras no pescoço e comichão no couro cabeludo, além disto, dizia eu, ainda têm um horário de trabalho incomparável na administração pública.
Bom, na realidade são uma polícia, por isso não há horas para a sua vigilância e pronta actuação (são um pouco como a pithoniana "bloody spanish inquisition" - "nobody expects them").
Uma coisa é certa: as TV's apaixonaram-se por eles e dia sim dia não (ou sim), lá temos uma reportagem alargada, o equivalente português do COPS, com os diligentes inspectores a ensacar milhares de CD's, DVD's ou T-Shirts. Tudo produto falsificado, com marcas que são propriedade de alguém ou de alguma empresa. Acção meritória, pois então.
Hoje de madrugada estiveram na lota de Setúbal, espingardas e coletes à prova de bala, rostos tapados - a importância que o actual governo coloca nos serviços secretos e de informações começa também a notar-se aqui.
E, espanto dos espantos, descobriram peixe em caixas de madeira, com pouco gelo, associada à falta dos trezentos cinquenta e sete documentos providenciados pelos duzentos e trinta e cinco departamentos estatais,necessários à certificação que um carapau é um carapau é um carapau.
Tudo apreendido!
E para onde vai o peixinho?
Para o Banco Alimentar e para as insubstituíveis inntituições que apoiam os mais desvalidos, para as mesas que servem. Trabalho meritório, sem dúvida.
Explicava uma das chefas dos inpectores, cara descoberta, coragem exposta ao mundo e à vingança do pessoal da lota ("olhá, pá, 'miga! abrre já a boca toda!" diriam alguns deles...), que o peixinho não servia para ser comercializado.
Nós, os cidadãos protegidos, agradecemos a diligência destes cavaleiros. Os outros, os pobrezinhos, agradecem que hoje nós não comamos carapaus.
Diz que hoje se comemora o dia do consumidor.