Ao domingo à noite não me importo de ser contribuinte
Ontem, assisti a mais um episódio da série "Conta-me como foi".
Já muito foi dito sobre a qualidade da mesma, quer na representação quer na escrita dos textos.
Desta vez, para alguém que como eu tem a Liberdade como um valor absoluto não relativizável pelos contextos que o tempo constrói, não consegui evitar emocionar-me pela aflição vivida pela família que vê o seu filho, estudante universitário, envolvido com o "reviralho", ser preso e ficar incomunicável. A aflição de quem sabe bem que qualquer tentativa de luta contra o pensamento único sofre as consequências da omnipotência do poder exercido em nome do Estado (lembram-se da "... e Defesa do Estado"?).
A série desenrola-se em '69. A influência das ideias vindas do exterior ia escapulindo pelas aberturas que o regime já não consegui vedar completamente. Claro que havia de tudo: os democratas de tradição ocidental, os militares que do convívio com os colegas da NATO tinham percebido que havia mais formas como servir o país e os que se deixavam deslumbrar pelas ideias vindas dos camaradas dos países de Leste.
Estes últimos ignoravam ou relativizavam as notícias das lutas que os povos de vários desses países desenvolviam para também eles se libertaram, cegos perante a actuação das polícias políticas e dos muitos milhões de mortes que o comunismo produziu como pena para crimes de pensamento. Portugal viria a sofrer em breve do impacto de quem quis substituir uma ditadura por outra.
Voltando à série: emocionei-me ao pensar o que seria ter um familiar preso por crime de pensamento, por tentar expressar as suas ideias. Emocionei-me perante a possibilidade de a "maioria silenciosa" ter permitido que tal acontecesse durante tanto tempo ao mesmo tempo que me lembrava que do outro lado da Europa, o mesmo acontecia.
As maiorias silenciosas são tão ou mais perigosas que as que, sobre a capa das regra democrática, se transformam em ditadoras sobre o indivíduo.
Já muito foi dito sobre a qualidade da mesma, quer na representação quer na escrita dos textos.
Desta vez, para alguém que como eu tem a Liberdade como um valor absoluto não relativizável pelos contextos que o tempo constrói, não consegui evitar emocionar-me pela aflição vivida pela família que vê o seu filho, estudante universitário, envolvido com o "reviralho", ser preso e ficar incomunicável. A aflição de quem sabe bem que qualquer tentativa de luta contra o pensamento único sofre as consequências da omnipotência do poder exercido em nome do Estado (lembram-se da "... e Defesa do Estado"?).
A série desenrola-se em '69. A influência das ideias vindas do exterior ia escapulindo pelas aberturas que o regime já não consegui vedar completamente. Claro que havia de tudo: os democratas de tradição ocidental, os militares que do convívio com os colegas da NATO tinham percebido que havia mais formas como servir o país e os que se deixavam deslumbrar pelas ideias vindas dos camaradas dos países de Leste.
Estes últimos ignoravam ou relativizavam as notícias das lutas que os povos de vários desses países desenvolviam para também eles se libertaram, cegos perante a actuação das polícias políticas e dos muitos milhões de mortes que o comunismo produziu como pena para crimes de pensamento. Portugal viria a sofrer em breve do impacto de quem quis substituir uma ditadura por outra.
Voltando à série: emocionei-me ao pensar o que seria ter um familiar preso por crime de pensamento, por tentar expressar as suas ideias. Emocionei-me perante a possibilidade de a "maioria silenciosa" ter permitido que tal acontecesse durante tanto tempo ao mesmo tempo que me lembrava que do outro lado da Europa, o mesmo acontecia.
As maiorias silenciosas são tão ou mais perigosas que as que, sobre a capa das regra democrática, se transformam em ditadoras sobre o indivíduo.