quinta-feira, setembro 18, 2008

A Culpa, essa eterna solteira

Um homem morreu enquanto defendia a sua propriedade. O Estado, essa entidade omnipresente e no entanto bastas vezes ausente, não estava lá para cumprir uma das suas responsabilidades: a Segurança dos cidadãos e dos seus bens. A outra que é a Justiça, aquela a que costumo referir-me como o seu "core business", vem tarde e nunca irá poder repôr o que se perdeu.
Via O Setubalense:
O juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Setúbal decretou a prisão preventiva do homicida do ourives José Correia, na passada sexta-feira à noite, após várias horas de interrogatório. (...)
Edivaldo Rodrigues está em Portugal há dois anos, sendo procurado no Brasil pelo homicídio de dois rapazes, de 14 e 16 anos. Antes de ter assassinado o proprietário da ourivesaria “Jóias Bocage”, o indivíduo já estava referenciado pelas autoridades portuguesas e com ordens de expulsão do país pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Aliás, este homem chegou a envolver-se me confrontos na noite de Ano Novo, onde um agente da PSP foi agredido.
E para que a memória não esqueça, recordo a posição da autarca setubalense, em Fevereiro deste ano de 2008, quando se tornou vísivel o aumento da criminalidade violenta em Setúbal e com origem em Setúbal (o link original era da página da CMS mas entretanto desapareceu):
A presidente da Câmara Municipal afirmou, no dia 15, que a resolução dos problemas de insegurança em Setúbal não passa apenas pelo reforço do patrulhamento, em particular com os dois grupos do Corpo de Intervenção da PSP anunciados pelo Ministério da Administração Interna.

Maria das Dores Meira falava num encontro com jornalistas realizado no Espaço Aberto, a funcionar na Bela Vista, onde salientou que “não é à base da força que se combatem os problemas de segurança”.

A autarca referiu que as “recentes declarações dos vereadores eleitos pelo PSD a propósito da insegurança em Setúbal revelam, de forma assustadora, os complexos ideológicos que continuam presos à saudade de um passado autoritário em que os problemas sociais se resolviam à bastonada”.

O PSD e os seus vereadores, continuou, “quiseram, de forma demagógica e oportunista, capitalizar um sentimento de insegurança criado por alguns criminosos que não espelha, de forma alguma, a realidade do concelho de Setúbal”.