quarta-feira, novembro 05, 2008

Barack Obama. A presidência e o sonho.

Acompanhei as eleições americanas até, sensivelmente, às 2.30 horas da manhã, altura em que a prudente CNN avançou com a projecção da vitória de Obama no Ohio, estado barómetro para os republicano. Aí não tive qualquer dúvida de que a eleição presidencial ia tombar para o lado de Barack Obama. Mas já antes, pequenos sinais indiciavam estarmos perante um dia (melhor dizendo, uma noite)histórico. As sondagens à bocas das urnas iam confirmando a economia como preocupação cimeira dos eleitores, enquanto o terrorismo era relegado para plano secundário (entre os que colocavam o terrorismo no topo das suas preocupações, a preferência por McCain era clara, rondando os oitenta por cento); o Indiana era agora um mapa a duas cores, o azul perturbando o vermelho dominante de há quatro anos, imagem do recuo da hegemonia republicana.

Vitória assaz expressiva a de Barcack Obama, 338 delegados eleitos para o colégio eleitoral que designará o 44.º presidente dos Estados Unidos, o voto popular de mais de 62 milhões americanos; triunfos em bastiões republicanos, como a Virgínia ou o Indiana.

Vitória com um significado especial para os afro-americanos: há pouco mais de cinquenta anos, o seu quotidiano era feito de segregação racial, há século e meio atrás, ainda a escravidão marcava pesadamente as sua vidas. Hoje, um dos seus chegou ao mais alto cargo da nação. Barack Obama é assim um digno herdeiro de Martin Luther King. O sonho deste vive em Obama.


P.S.Extraordinária a participação dos americanos, assim como justo castigo aplicado às (criminosas) política de George W. Bush.

Luís Marvão