Da morte de Terre'Blanche, da África do Sul e do nosso pequeno mundo
Tenho sido parco em matéria de escritas aqui no blog. Já era pois tempo de sair da modorra que aparentemente tomou conta de mim desde o início do novo ano.
Aproveito um triste acontecimento, a morte de um homem, mesmo que este homem não fosse flor que se cheirasse. Refiro-me a Eugène Terre’Blanche, o líder da extrema-direita sul-africana, barbaramente assassinado por dois trabalhadores agrícolas de uma das fazendas de que era dono.
Por que razão faço eco deste acontecimento? Tão-só porque sou um curioso das coisas da África do Sul, uma curiosidade que foi aguçada pelos romances de J. Coetzee. Enfim, gostaria que este país feito de nações várias singrasse.
A morte de Terre'Blanche, ainda que causada por uma questão de salários, de salários de miséria, veio trazer à superfície a questão racial nunca resolvida.
Sim, a raça continuará ensombrar o futuro da África do Sul por muitos e muitos anos, pois radica fundo na história deste país. A raça vem associada a profundas desigualdades sociais que têm origem num passado feito de opressão e opróbrio. E o ressentimento é uma poderosa força motriz da acção humana.
Mas a questão racial não é tudo. Existem também outras questões que ensombram o futuro da África do Sul democrática, como aqui dá eco o académico sul-africano Jonathan Jansen. São questões transversais ao nosso mundo. Da (falta) de referenciais ético-morais à desenfreada acumulação de riqueza material que parece substituir-se ao sentido da vida:
In his talk, Jansen described the country as being in "a very dangerous state" concerning racial issues. "What we must ask ourselves is, 'How did Mandela's country end up on this precipice? How did we get here?'"
He listed seven key areas of crisis -- moral leadership, public schools, human and race relations, academic freedom, public confidence, public behaviour and university education.
On moral leadership -- "the single most important threat to the country" -- he said: "Young people make choices based on what they perceive to appropriate behaviour by adults, what they see as normative behaviour in the country in which they live."
The loss of "public confidence", he said, is expressed in the feeling that "'I no longer believe that government will provide for me fairly'. The result is Orange Farm. The result is Sharpeville.
Aproveito um triste acontecimento, a morte de um homem, mesmo que este homem não fosse flor que se cheirasse. Refiro-me a Eugène Terre’Blanche, o líder da extrema-direita sul-africana, barbaramente assassinado por dois trabalhadores agrícolas de uma das fazendas de que era dono.
Por que razão faço eco deste acontecimento? Tão-só porque sou um curioso das coisas da África do Sul, uma curiosidade que foi aguçada pelos romances de J. Coetzee. Enfim, gostaria que este país feito de nações várias singrasse.
A morte de Terre'Blanche, ainda que causada por uma questão de salários, de salários de miséria, veio trazer à superfície a questão racial nunca resolvida.
Sim, a raça continuará ensombrar o futuro da África do Sul por muitos e muitos anos, pois radica fundo na história deste país. A raça vem associada a profundas desigualdades sociais que têm origem num passado feito de opressão e opróbrio. E o ressentimento é uma poderosa força motriz da acção humana.
Mas a questão racial não é tudo. Existem também outras questões que ensombram o futuro da África do Sul democrática, como aqui dá eco o académico sul-africano Jonathan Jansen. São questões transversais ao nosso mundo. Da (falta) de referenciais ético-morais à desenfreada acumulação de riqueza material que parece substituir-se ao sentido da vida:
In his talk, Jansen described the country as being in "a very dangerous state" concerning racial issues. "What we must ask ourselves is, 'How did Mandela's country end up on this precipice? How did we get here?'"
He listed seven key areas of crisis -- moral leadership, public schools, human and race relations, academic freedom, public confidence, public behaviour and university education.
On moral leadership -- "the single most important threat to the country" -- he said: "Young people make choices based on what they perceive to appropriate behaviour by adults, what they see as normative behaviour in the country in which they live."
The loss of "public confidence", he said, is expressed in the feeling that "'I no longer believe that government will provide for me fairly'. The result is Orange Farm. The result is Sharpeville.