Dia de Entulho no Autocarro
Sei do que falo. Anos a fio de clientela fiel: RN, Belos, Setubalense, TST, Carris e ocasionalmente do Metro.
Convivi com todo tipos de co-viajantes: donas de casa, dr.'s e eng.'s, drogados, estudantes, velhos e novos... Ao frio ou calor, à chuva ou ao sol, à espera do próximo transporte. Tive tempo para conhecer as suas paragens, os seus veículos, os seus funcionários, preços, avarias,... Mais tempo certamente do que aqueles que alarvemente, uma vez por ano, promovem esse dia de convívio popular: o Dia Sem Carros.
Assitiremos às reportagens televisivas que mostram o Sr Ministro, o seu fiel Secretário de Estado, edis e demais governação a subir para o amarelo enquanto sorriem para a câmera. Felizmente e a fazer fé no que se lê, parece que não vai haver o histórico bloqueio da cidade - um dia de férias para quem o podia tirar, um dia de terror para os outros e um dia improdutivo na capital da República.
Apercebo-me do desfazamento desta gente com a realidade que são, por exemplo, a má qualidade e envelhecimento dos autocarros da Carris; as paragens que no Inverno asseguram grandes molhas (da chuva e de quem passa a conduzir, indiferente a quem leva com a água que salta dos ribeiros criados no alcatrão pelos rodados dos próprios autocarros...); as condições do terminal da Praça de Espanha (interface rodoviário para a margem Sul).
A DECO publicou na edição de Setembro um estudo sobre este assunto (ou aqui). Alguns dos seus conselhos vão no sentido do Estado intervir, regulamentando mais e gastando mais. As conclusões mostram que compensa trazer o carro para a cidade.
Cabe às empresas de transportes (depois de lhes serem retirados os subsídios - aos preços, p.ex. - geradores de ineficiência de gestão e a outras, depois de privatizadas) tornarem-se mais eficazes, apresentando soluções que pela comodidade, rapidez, trajecto e custo, lhes tragam mais clientes. Assim poderia-se equacionar um cenário em que o futuro de Lisboa passaria por um sistema como o de Londres, onde as portagens para circular na cidade diminuiram o tráfego em 15% e os congestionamentos em um terço (fonte: Economist, link "premium content"). Haveria coragem política para estender esta opção ao Porto, onde até hoje não chegou o princípio do utilizador pagador quando se passa de margem? Em vez de se subsidiar a empresas de transporte, quem quizesse trazer o seu carro, teria de pagar um prémio por isso.
Convivi com todo tipos de co-viajantes: donas de casa, dr.'s e eng.'s, drogados, estudantes, velhos e novos... Ao frio ou calor, à chuva ou ao sol, à espera do próximo transporte. Tive tempo para conhecer as suas paragens, os seus veículos, os seus funcionários, preços, avarias,... Mais tempo certamente do que aqueles que alarvemente, uma vez por ano, promovem esse dia de convívio popular: o Dia Sem Carros.
Assitiremos às reportagens televisivas que mostram o Sr Ministro, o seu fiel Secretário de Estado, edis e demais governação a subir para o amarelo enquanto sorriem para a câmera. Felizmente e a fazer fé no que se lê, parece que não vai haver o histórico bloqueio da cidade - um dia de férias para quem o podia tirar, um dia de terror para os outros e um dia improdutivo na capital da República.
Apercebo-me do desfazamento desta gente com a realidade que são, por exemplo, a má qualidade e envelhecimento dos autocarros da Carris; as paragens que no Inverno asseguram grandes molhas (da chuva e de quem passa a conduzir, indiferente a quem leva com a água que salta dos ribeiros criados no alcatrão pelos rodados dos próprios autocarros...); as condições do terminal da Praça de Espanha (interface rodoviário para a margem Sul).
A DECO publicou na edição de Setembro um estudo sobre este assunto (ou aqui). Alguns dos seus conselhos vão no sentido do Estado intervir, regulamentando mais e gastando mais. As conclusões mostram que compensa trazer o carro para a cidade.
Cabe às empresas de transportes (depois de lhes serem retirados os subsídios - aos preços, p.ex. - geradores de ineficiência de gestão e a outras, depois de privatizadas) tornarem-se mais eficazes, apresentando soluções que pela comodidade, rapidez, trajecto e custo, lhes tragam mais clientes. Assim poderia-se equacionar um cenário em que o futuro de Lisboa passaria por um sistema como o de Londres, onde as portagens para circular na cidade diminuiram o tráfego em 15% e os congestionamentos em um terço (fonte: Economist, link "premium content"). Haveria coragem política para estender esta opção ao Porto, onde até hoje não chegou o princípio do utilizador pagador quando se passa de margem? Em vez de se subsidiar a empresas de transporte, quem quizesse trazer o seu carro, teria de pagar um prémio por isso.