segunda-feira, outubro 25, 2004

"Directas já!"

"O secretário-geral do PSD disse hoje que dos cerca de 125 mil militantes do partido, apenas 50 mil têm as quotas em dia e que só esses poderão ser eleitos delegados ao próximo Congresso do partido."

Depois do PS ter eleito Sócrates (o José, não o filósofo; pelo menos não a full-time) através de primárias directas, caberia ao PSD seguir-lhe os passos. Iria conseguir diminuir o saldo da conta de maus pagadores e, consequentemente, ter maior número de militantes a votar. Nem que as quotas fossem pagas pelos famosos "barões" sociais democratas. Se outros o fizeram...
Pode-se dar o caso de se ter apurado que os vários opositores de Santana (mais cavaquistas ou mais marcelistas) têm as quotas em atraso. Evita passar pelas mesmas discussões e trocas de galhardetes que dantes teve com Durão, agora que é presidente do partido por inerência e hereditariedade. Nesse caso há pouco incentivo para alterações e a unanimidade está garantida. O voto secreto seria só para cumprir a lei de financiamento dos partidos - tal como o PCP.
Em Viseu, no XXIII congresso do PSD Santana Lopes bateu-se pelas directas. Entre outras proclamações, defendeu mesmo uma reorganização do centro-direita, o que poderia passar por um partido «populista democrático» e «liberal». As directas seriam talvez o melhor meio de estas ideias base para o programa do partido serem debatidas. A não ser que PSL tenha entretanto optado finalmente por umas das duas.
Temo que por aquela que menos interessa.