quinta-feira, dezembro 23, 2004

Porque é que Bush ganhou?

Este é o título do artigo de John Micklewaith e Adrian Wooldridge na revista Reader's Digest de janeiro '05. Os dois escrevem para a The Economist há 20 anos e são autores do livro "The Right Nation: Why America Is Different".
G.W.B.
"Hoje, 40% dos Americanos identificam-se como conservadores, comparativamente com 20% que se auto-intitulam liberais. Essa América conservadora é especialmente difícil de compreender para os estrangeiros, porque raramente a visitam. As cidades costeiras que os estrangeiros conhecem melhor (Nova Iorque, São Francisco, Boston) votaram Kerry. A América que votou Bush foi o Sul e o Oeste não-litoral; foi a América oculta dos subúrbios, dos «exúrbios» (os subúrbios dos subúrbios) e dos centros comerciais, a América que vai à Igreja todas as semanas, que apoia a guerra do Iraque e olha com desconfiança as Nações Unidas."

"Três forças ajudaram Bush a mobilizá-los e a trazê-los ao campo de batalha para lutarem pela causa Republicana.(...)A primeira, foi a guerra contra o terror(...);A segunda, foram os valores[morais](...);
A terceira força, foi o optimismo. Bush apresentou-se decididamente como o candidato do futuro, e não do passado. Era ele que queria reformar a Segurança Social em vez de a manter atrofiada. Era ele que jurava redimir a tradicional promessa americana de promoção social através da reforma da educação, da criação de uma sociedade de proprietários, da libertação do mundo empresarial de regulamentações asfixiantes.
Em contraste, a mensagem de Kerry para muitos eleitores foi a de um homem com medo do futuro, incansavelmente centrado em tudo o que corria mal desde os rendimentos em erosão dos Americanos aos custos em subida da Saúde, sem nunca sugerir soluções claras."


"Antes de Novembro de 2004, muitas pessoas fora dos Estados Unidos estavam dispostas a aceitar os pontos de vista de Michael Moore sobre a presidência de George W. Bush: que a Casa Branca estava temporariamente refém de um texano néscio. Essa tese de Michael Moore ajudou a transformá-lo numa figura com grande autoridade na Europa – à frente nas listas de vendas em país atrás de país, galardoado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Só que estava errada."

"Esta América pode ter sobre um grande leque de questões posições diferentes das dos países europeus; mas fundamenta-se em ideias comuns de democracia, liberdade e primado da lei. Os Europeus conseguiriam bem melhores resultados trabalhando com esta América que elegeu Bush do que debatendo-se contra ela."