sexta-feira, janeiro 21, 2005

Direito à opinião

"Não tem direito a falar de vida;(…) não sabe o que é gerar uma vida. Eu sei porque tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida."

Estas são as palavras de Franscisco Louçã sobre o direito de Paulo Portas a ter opinião sobre o aborto.
Gostaria de saber quantos e quais os militantes e simpatizantes do BE que estarão autorizados pelo seu líder a falar sobre o aborto. Quantos terão passado pela experiência da maternidade ou paternidade? Dos jovens urbanos com t-shirts do Che e lenço palestino à volta do pescoço, que formam a base ululante e manifestante do Bloco de Esquerda, quantos podem apresentar a sua prole como certificadora da sua opinião? Certificou-se o Dr. Louçã de que as senhoras holandesas, que cá tentam ilegalmente aportar as suas traineiras, são exemplares mães?
Será agora inevitável que o BE designe quais os seus dirigentes e candidatos a deputados(as) que estão aptos(as) a emitir juízos sobre o aborto, anexando certidões de nascimento dos seus descendentes.
Eu ainda não contribuí para o aumento da população e de acordo com tal raciocínio não poderia opinar. Mas, diabo me carregue, se declarações como estas, não me fortalecem a crença na constante atitude propagandista e irreflectida do BE sobre "causas fracturantes" (como esta) e a minha crença no direito à vida.