quarta-feira, janeiro 19, 2005

Os novos amanhãs que cantam

Na televisão, na radio e nos jornais circula uma nova espécie de indivíduos que ocupam hoje o lugar outrora atribuído ao mágico nas sociedade ditas primitivas. Falo, claro está, dos economistas, os oráculos destes novo tempo. Invadem cada vez mais os nossos lares às oito da noite(sempre que o assunto é política), exigindo-nos sacrifícios em nome do sacrossanto crescimento, de uma prosperidade mítica, qual idade de ouro reencontrada.
A economia adquiriu propriedades mágicas, o seu horizonte é agora outro e a ambição de vir a ser ciência exacta é, face a isso, coisa pouca.
E a política tornou-se refém dela, o seu discurso é devedor de uma visão “financista” do mundo. Político competente nos dias hoje é aquele mimetiza a legião de economistas/comentadores; ao transparecer competência em tais domínios, fica investido de poder simbólico, apto por ritos de iniciação a ser o novo timoneiro do país.
Fora disso, o mundo é feito de impurezas, como a ecologia, as questões sociais e, em último grau, a sociedade.