Menezismo
Com vista nortenha, em pose pouco elistista e sem ponta de liberalismo no pensamento.
Ontem ouvi a entrevista de Luís Filipe Menezes na SIC e recordei-me de quando uma frase sua marcou um congresso: "sulistas, elitistas e liberais". A frase foi lançada como uma acusação. Ficava claro de que lado desses adjectivos ele se colocava .
Ontem, ele enunciou que o caminho para a recuperação eleitoral do PSD está no centro-esquerda, nos votantes da classe média que necessitam de políticas sociais que suportem as suas dificuldades. Comentando o possível apoio dos barões a Marques Mendes, chamou a si o apoio das bases. Dado o número de vezes que se refere aos votos que obteve em Gaia, aos sucessos da sua direcção na distrital do PSD Porto e dada a frase acima citada, penso que reclama o apoio "dos nortenhos e às massas de esquerda". Como se não bastasse já as tolas disputas futebolíticas norte/sul. Retive ainda a sua ideia de que o novo líder deve ser deputado, o que serve também para dizer que não conta com quem se tem abstido de participar nas batalhas mais recentes. Fecharia-se a porta a quem não esteja engajado com a actual situação partidária. O poder reservado a quem conduziu o partido ao estado em que está!
Se viesse a ganhar o congresso poderia perguntar-se o que no seu programa político diferenciaria o PSD do PS. Em todo o caso, parece-me que aumenta o espaço político para um projecto político ligado ao liberalismo mais clássico, sem as meias tintas deste "centrão" (ao qual Marques Mendes não foge). Poderá ele surgir dentro do PSD ou o partido voltará a ter mais do mesmo?