terça-feira, fevereiro 22, 2005

Mercado mais livre

Finalmente caíu uma das barreiras mais idiotas à liberalização do mercado de combustíveis. Segundo o Público, o Ministério das Actividades Económicas seguiu as recomendações da Autoridade da Concorrência e vai "permitir a instalação de postos de combustíveis junto a hipermercados e supermercados para promover a concorrência". Esta entidade estima que os actuais limites de construção de postos de abastecimento junto a grandes superfícies comerciais custa "entre 150 a 200 milhões de euros por ano" aos consumidores.
Claro que a ANAREC vai espernear, claro que vai tentar lutar contra esta decisão. É da natureza das associções que representam interesses estabelecidos que assim seja. Também as petrolíferas poderão não estar satisfeitas. O facto é que a quantidade de combustível que uma rede de postos detida pela Auchan, ou Continente, ou Intermarché... pode movimentar, significa grandes descontos e grandes prazos de pagamento nas negociações com as petrolíferas. Estes podem ser transmitidos aos consumidores finais através de preços mais baixos, em postos cujos serviços extra são mínimos e geridos com custos mínimos. De lembrar que o negócio principal fica já ali ao lado. Uma boa ideia era os empresários da distribuição começarem a falar com as grandes superfícies, procurando oferecer o seu know-how na gestão de postos. Mas a direcção da ANAREC e o seu líder, o socialista António Saleiro, têm provado ter vistas demasiado curtas para enxergar esta e outras alternativas.