segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Voto de Rejeição

Os portugueses fizeram um voto de rejeição do governo em funções, ao darem a maioria absoluta ao PS.
A campanha do PS, embora inteligente, não foi assim tão apelativa e o programa eleitoral omisso em questões centrais, como sejam o combate à fraude e evasão fiscal, o défice externo e da contas públicas, para citar apenas algumas. Trata-se de uma espécie de cheque em branco.
A afluência eleitoral aumentou significativamente, reforçando o cenário da maioria absoluta.
Traço marcante destas eleições é a derrocada do PSD, que perdeu o centro político para o PS, ficando abaixo dos 30%.
O CDS ficou muito aquém do objectivo traçado, os 10% de votos, e por isso perdeu, muito embora a quebra eleitoral não tenha sido acentuada.
A CDU conseguiu estancar as perdas e voltar a crescer em votos e número de mandatos.
E o Bloco de Esquerda é um dos vencedores da noite, ao triplicar os votos e atingir oito mandatos.
Uma última palavra para o sistema eleitoral, tão vilipendiado ao longo da campanha por ser fonte de instabilidade, mas afinal tão capaz de gerar maiorias estáveis num quadro de diversidade democrática.