Optimismo
Caro Marvão, embora subscreva as tuas preocupações com as infracções aos direitos humanos em Guantanamo ou em Abu Ghraib, não posso deixar de lembrar que ambos os casos têm tido um tratamento jornalítico intenso.
Os abusadores foram identificados e julgados no caso de Abu Ghraib, quer nos EUA quer no Reino Unido. Em relação a Guantanamo, como saberás tão bem como eu, tem sido possível o recurso a tribunais federais. Num último caso, um juiz impediu mesmo o repatriamento de prisioneiros pretendido pelo governo americano quer fazer por temer que nos países de origem venham a sofrer abusos.
Tudo isto é possível porque ao contrário do que acontecia no Afganistão e no Iraque de Saddam existem sistemas judiciários independentes e acesso à livre informação. Quantos dos milhares de executados por Saddam puderam defender-se (ou mesmo serem acusados!) em tribunal? Veja-se o que se passou por exemplo no Irão com o caso dos bloggers detidos como aferidor da liberdade de expressão.
No Iraque, há um novo parlamento eleito por milhrares que não tiveram medo dos que os quiseram aterrorisar com ameaças.
No Arábia Saudita, realizaram-se eleições locais num primeiro exercício democrático numa monarquia absoluta, apesar da limitação ao voto feminino.
No Líbano... Enfim, as manifestações dos últimos dias e a atitude dos Sírios, que inclusive entregaram um irmão de Saddam aos americanos, são explicativas do que as aspirações à democracia e à liberdade podem. A ONU, para variar, anda atrás dos acontecimentos, numa demonstração da sua inoperacionalidade.
Na Palestina, Bush já deu claros sinais de empenhamento na resolução negocial do conflito e no apoio a que a Autoridade eleita consiga exercer o seu poder sobre as facções terroristas.
Por isso, caro Marvão, não tenho uma visão tão negativa dos resultados da política americana no Médio Oriente nem do que aí virá. Há que continuar a temer os mesmo de sempre: os que querem manter regimes ditatoriais e a jogar com o argumento do terror.
Os abusadores foram identificados e julgados no caso de Abu Ghraib, quer nos EUA quer no Reino Unido. Em relação a Guantanamo, como saberás tão bem como eu, tem sido possível o recurso a tribunais federais. Num último caso, um juiz impediu mesmo o repatriamento de prisioneiros pretendido pelo governo americano quer fazer por temer que nos países de origem venham a sofrer abusos.
Tudo isto é possível porque ao contrário do que acontecia no Afganistão e no Iraque de Saddam existem sistemas judiciários independentes e acesso à livre informação. Quantos dos milhares de executados por Saddam puderam defender-se (ou mesmo serem acusados!) em tribunal? Veja-se o que se passou por exemplo no Irão com o caso dos bloggers detidos como aferidor da liberdade de expressão.
No Iraque, há um novo parlamento eleito por milhrares que não tiveram medo dos que os quiseram aterrorisar com ameaças.
No Arábia Saudita, realizaram-se eleições locais num primeiro exercício democrático numa monarquia absoluta, apesar da limitação ao voto feminino.
No Líbano... Enfim, as manifestações dos últimos dias e a atitude dos Sírios, que inclusive entregaram um irmão de Saddam aos americanos, são explicativas do que as aspirações à democracia e à liberdade podem. A ONU, para variar, anda atrás dos acontecimentos, numa demonstração da sua inoperacionalidade.
Na Palestina, Bush já deu claros sinais de empenhamento na resolução negocial do conflito e no apoio a que a Autoridade eleita consiga exercer o seu poder sobre as facções terroristas.
Por isso, caro Marvão, não tenho uma visão tão negativa dos resultados da política americana no Médio Oriente nem do que aí virá. Há que continuar a temer os mesmo de sempre: os que querem manter regimes ditatoriais e a jogar com o argumento do terror.