segunda-feira, maio 02, 2005

Lata e muita

Infelizmente, não tenho hipóteses de ser só um condutor de fim de semana. Tenho tido oportunidade de ver, bastas vezes, do que somos capazes (no pior sentido) quando nos sentamos ao volante. Triste é ver que os mesmos que legislam sobre condução, não dão exemplo a seguir.
Quem mora ou trabalha em Lisboa e por lá tem de andar de automóvel (ou mesmo a pé) já viu concerteza o lindo espectáculo de luz e som que é uma comitiva governamental. Antecedidos pelos batedores da PSP ou da GNR, sirenes ligadas, lá vão os nossos governantes, usufruindo da isenção ao código da estrada que o seu cargo lhes confere. As excelentes máquinas que os fabricantes alemães de automóveis produzem, foram feitas para andar a tais velocidades. Azar dos que não beneficiam da dita isenção. Andar depressa (voar baixinho é mais correcto), andar em contramão, passar semáforos vermelhos,... dá para tudo.

Por isso, para que o presidente da república venha agora mostrar pública indignação com a maneira como aceleram e ultrapassam o seus compatriotas, é preciso lata. E muita.
“O cumprimento das leis e das regras não é uma fraqueza, mas sim uma força”, disse o Presidente, depois de lembrar o “hábito” de alguns condutores de gabarem o (pouco) tempo que demoram a viajar entre lisboa e o Porto.