Os Incêndios
Sobre os incêndios, creio que o problema não reside tanto na protecção da propriedade, mas sim no desequilíbrio territorial.
As grandes manchas de floresta localizam-se no interior, neste nosso interior envelhecido e despovoado. Aí, as áreas de jurisdição dos concelhos e juntas de freguesia são extensas e escasseiam os meios humanos e os recursos técnicos, concentrados, como é sabido, no litoral. Os próprios proprietários vivem longe, na terra sobraram apenas os velhos a quem já falta a energia para cuidar das propriedades. Em suma, o nosso drama é o de um país macrocéfalo, cuja população se concentra numa estreita faixa litoral.
Por mais meios que o Estado tenha, não é possível prevenir (embora no campo da prevenção muito esteja por fazer) todas as situações, num contexto em que a maior parte da floresta pertence a particulares, cabendo a estes a boa gestão das respectivas propriedades.
É certo que a expansão de floresta, vista como o nosso petróleo verde, foi feita desordenadamente, não tendo o Estado assumido, de pleno, um papel regulador. Permitiu que se plantasse em zonas onde outrora não havia floresta, muitas vezes quase inacessíveis aos corpos de bombeiros; não criou caminhos entre os terrenos florestados.
Por último, não acredito que uma liberalização do uso dos terrenos inverta a situação actual. Provavelmente, assistiríamos a manchas de floresta povoadas por segunda habitação, com os inevitáveis danos ambientais.
As grandes manchas de floresta localizam-se no interior, neste nosso interior envelhecido e despovoado. Aí, as áreas de jurisdição dos concelhos e juntas de freguesia são extensas e escasseiam os meios humanos e os recursos técnicos, concentrados, como é sabido, no litoral. Os próprios proprietários vivem longe, na terra sobraram apenas os velhos a quem já falta a energia para cuidar das propriedades. Em suma, o nosso drama é o de um país macrocéfalo, cuja população se concentra numa estreita faixa litoral.
Por mais meios que o Estado tenha, não é possível prevenir (embora no campo da prevenção muito esteja por fazer) todas as situações, num contexto em que a maior parte da floresta pertence a particulares, cabendo a estes a boa gestão das respectivas propriedades.
É certo que a expansão de floresta, vista como o nosso petróleo verde, foi feita desordenadamente, não tendo o Estado assumido, de pleno, um papel regulador. Permitiu que se plantasse em zonas onde outrora não havia floresta, muitas vezes quase inacessíveis aos corpos de bombeiros; não criou caminhos entre os terrenos florestados.
Por último, não acredito que uma liberalização do uso dos terrenos inverta a situação actual. Provavelmente, assistiríamos a manchas de floresta povoadas por segunda habitação, com os inevitáveis danos ambientais.