Consequências
Das confusões cometidas por Mário Soares e ontem descritas pelo Público (transcrição no Blasfémias) e do que aí vier, o PS irá sofrer as consequências. O partido mais que o candidato.
Muito mais relevante que apontar a idade do candidato como origem dos lapsos ou assegurar que a sua condição física lhe permitirá uma campanha que se adivinha renhida (mais até entre a esquerda), será assumir que os actos e ideias do candidato escolhido pelo PS são também as suas e por isso deverá manter a constância e a força do apoio do seu aparelho e dos seus dirigentes.
Se nos próximos dois meses e meio se começar a instalar algum incómodo pelo modo como a campanha correr, pela maneira como o seu programa político é exposto ou se o seu conteúdo afrontar o socialismo de aparentes vias alternativas de Sócrates (não esquecer que Soares há muito reabriu a gaveta onde tinha guardado o socialismo dos '70), como reagirão os que tão prontamente apoiaram o pai fundador?
Surge hoje uma sondagem no DN que mostra a subida de Manuel Alegre e a queda de Mário Soares. Até quando se manterá o empenho do Largo do Rato na candidatura soarista e quando começarão as sugestões de abandono do candidato (como sugere a sondagem no Insurgente)? É estar atento às participações em actos de campanha: nesta campanha as espingardas vão-se contar de forma regressiva com o passar dos dias e das sondagens.
Texto já publicado no Insurgente.