Os media do nosso descontentamento
A cobertura das autárquicas abeira-se do fim.
Foi polarizada em torno das grandes urbes, Lisboa e Porto, e dos concelhos em que recalcitrantes a braços com problemas com a justiça decidiram afrontar as respectivas direcções partidárias, travestindo-se de candidatos independentes. Como a sociedade civil é fraca, o estatuto de independente acaba por servir quase só para isso, é albergue da dissidência partidária.
De Portugal fica a imagem de um país ainda mais pequeno : quase nada de Braga, Évora ou Setúbal, do norte ao sul pouco se viu, que os nossos media (da televisão à imprensa escrita) andavam na senda dos tais independentes.
Questões de fundo, como o desregramento urbanístico, triste herança do poder local, o custo da habitação, os centros históricos cada vez mais desertos de habitantes ou os obstáculos à mobilidade pedonal (sim, o primado do carro particular nas cidades), quase não viram a luz do dia. Havia que não perturbar o espectáculo, este nosso circo mediático.
De Portugal fica a imagem de um país ainda mais pequeno : quase nada de Braga, Évora ou Setúbal, do norte ao sul pouco se viu, que os nossos media (da televisão à imprensa escrita) andavam na senda dos tais independentes.
Questões de fundo, como o desregramento urbanístico, triste herança do poder local, o custo da habitação, os centros históricos cada vez mais desertos de habitantes ou os obstáculos à mobilidade pedonal (sim, o primado do carro particular nas cidades), quase não viram a luz do dia. Havia que não perturbar o espectáculo, este nosso circo mediático.