"Abortófilos" e "Liberais"
Faz-se aqui eco de uma condenação, aparentemente por delito de opinião, de que teria sido vítima o Padre Nuno Serras Pereira. Seria esta condenação produto de um pensamento politicamente correcto cada vez mais presente na vida colectiva do nosso país.
Não conheço os contornos deste caso. Creio que o debate de ideias, mesmo que abastardado, não deve ser canalizado para a barra dos tribunais. A ser verdade o que é descrito no comunicado da associação Juntos pela Vida, tratou-se de um caso de limitação do discurso. E o tribunal prestou o mau serviço à causa da liberdade de expressão.
Mas é preciso também dizer que “liberais” como este são um verdadeiro case study.
O substrato é católico, e a forma de viver esse catolicismo nada tem de liberal, visto que confundem o domínio da moral com o da lei penal. É o caso em apreço da interrupção voluntária da gravidez, em que estes nossos liberais defendem a intromissão do Estado na esfera íntima/privada, em nome de uma moral religiosa que estabelece a equivalência entre o feto e a mulher, não constituída em sujeito autónomo.
Enquanto liberais, podemos certamente condenar a interrupção voluntária da gravidez, mas, numa questão destas, nunca converteríamos o nosso juízo moral na lei penal, obrigando todos os que não comungam da mesma visão moral a conformar o seu comportamento.
Ao agirmos assim, estamos a obedecer a crenças religiosas ou a convicções morais profundas, mas que não derivam do ideário liberal.
Não conheço os contornos deste caso. Creio que o debate de ideias, mesmo que abastardado, não deve ser canalizado para a barra dos tribunais. A ser verdade o que é descrito no comunicado da associação Juntos pela Vida, tratou-se de um caso de limitação do discurso. E o tribunal prestou o mau serviço à causa da liberdade de expressão.
Mas é preciso também dizer que “liberais” como este são um verdadeiro case study.
O substrato é católico, e a forma de viver esse catolicismo nada tem de liberal, visto que confundem o domínio da moral com o da lei penal. É o caso em apreço da interrupção voluntária da gravidez, em que estes nossos liberais defendem a intromissão do Estado na esfera íntima/privada, em nome de uma moral religiosa que estabelece a equivalência entre o feto e a mulher, não constituída em sujeito autónomo.
Enquanto liberais, podemos certamente condenar a interrupção voluntária da gravidez, mas, numa questão destas, nunca converteríamos o nosso juízo moral na lei penal, obrigando todos os que não comungam da mesma visão moral a conformar o seu comportamento.
Ao agirmos assim, estamos a obedecer a crenças religiosas ou a convicções morais profundas, mas que não derivam do ideário liberal.