segunda-feira, novembro 14, 2005

Sussan Deyhim

Example
No Ribeirinha, Festival de Mulheres, tive o privilégio de assistir a um deslumbrante concerto da iraniana Sussan Deyhim.
Sussan tem uma voz do tamanho do mundo, escutá-la é como viajar por diferentes geografias ou territórios emocionais. É um assombro.
No seu canto confluem tradição e modernidade, as múltiplas referências culturais de que se alimenta são constantemente impelidas para além das suas fronteiras, Ocidente e Oriente deixam de ter existência separada.
Quando Sussan nos oferece poesia persa do século XI (Rumi), está também a abraçar a torch song inscrita na tradição ocidental. Acima de tudo são canções de uma beleza arrepiante, que tocam o fundo da alma.
Sussan nasceu no seio de uma família aristocrática de Teerão, a mais nova de onze filhos, num ambiente de abertura ao mundo, rodeada das mais variadas músicas, das tradições persas às vanguardas ocidentais.
Valeu a pena ter ido à Guarda no fim-de-semana, o Festival de Mulheres é sem dúvida uma mais valia no panorama nacional e merece devido destaque na imprensa nacional. É inadmissível que uma publicação como Y (Público) não tenha sequer um artigo ou uma entrevista com Sussam Deyhim, na primeira vez que esta se deslocou ao nosso país. Desleixo ou ignorância?