quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Jylland-Posten e a Autocensura

Na espiral de ódio em curso, as razões do Jillands-Posten, anatemizado de xenófobo pelas vozes do costume.
O artigo coloca a questão da autocensura nas sociedades ocidentais; de forma sub-reptícia, parece formar-se uma polícia do pensamento que condiciona os termos da discussão, o que podemos escrever e como. É mundo cada vez mais estreito, cheio de interditos.
Ontem, no Choque ideológico (sem dúvida o melhor programa de debate de ideias da televisão portuguesa), o historiador Paulo Varela Gomes dizia que a liberdade de expressão está sob a ofensiva de duas forças de sinal contrário. Da moral majority da direita, ao politicamente correcto forjado nos meios intelectuais da esquerda.
Eu comungo da visão do Paulo Varela Gomes, à esquerda e à direita há gente para quem a liberdade de expressão tem um valor meramente instrumental. É isso que explica os alinhamentos políticos desta crise dos cartoons; explica que muitos católicos, gente da terceira via blairiana, órfãos do muro de Berlim e activistas da esquerda alter-globalização estejam do mesmo lado da barricada dos islamistas.