Álcool, tabaco e onanismo
O Governo prepara-se para legislar nas frentes do álcool e do tabaco.
Muitos encaram com apreensão o advento de tais medidas; eu limito-me a olhar estas coisas com o pessimismo da praxe.
Sobre a redução da taxa de alcoolemia, não creio que provoque a almejada mudança de comportamento dos condutores. Quem conduz sob o profundo efeito do álcool, não vai de repente deixar de fazê-lo só porque a taxa mínima baixou de 0,49 para 0,2 gramas por litro...
O afã de a tudo responder sempre com mais e mais legislação restritiva acaba por ter resultados pífios. É uma espécie de onanismo governamental, a satisfação que ministros e secretários de estado retiram de tais práticas não resolve problema nenhum. Assim será enquanto não se perceber que o problema não reside na capacidade de produzir melhores leis, mas sim na insuficiência dos meios de fiscalização.
O fumo provoca em mim sentimentos contraditórios. Eu não sou fumador, mas a minha inclinação noctívaga não raro me arrasta para ambientes impregnados pelo fumo. O arrependimento chega no dia seguinte quando vejo o cheiro do tabaco entranhado na roupa; uma sensação de desperdício invade-me nessa altura. Desejo a proibição.
Depois, lembro-me dos clubes de Jazz, normalmente em caves em que não vemos um palmo à frente do nariz por causa do fumo (eu sei que estou a exagerar, é por causa do cinema...).
Há todo um imaginário que me faz recusar a proibição de fumar em tais lugares; uma sedução no fumo do tabaco.
Se a lei for promulgada nada mudará no entanto, visto que somos um país que é pródigo em não aplicar as leis que produz. É um traço histórico que só os nossos governantes (à semelhança aliás do seus antecessores) ainda não perceberam. E assim será, enquanto a fiscalização for a excepção que confirma a regra.
Vamos continuar a poder sentir o doce fumo do tabaco no bar de Jazz da próxima esquina.
Muitos encaram com apreensão o advento de tais medidas; eu limito-me a olhar estas coisas com o pessimismo da praxe.
Sobre a redução da taxa de alcoolemia, não creio que provoque a almejada mudança de comportamento dos condutores. Quem conduz sob o profundo efeito do álcool, não vai de repente deixar de fazê-lo só porque a taxa mínima baixou de 0,49 para 0,2 gramas por litro...
O afã de a tudo responder sempre com mais e mais legislação restritiva acaba por ter resultados pífios. É uma espécie de onanismo governamental, a satisfação que ministros e secretários de estado retiram de tais práticas não resolve problema nenhum. Assim será enquanto não se perceber que o problema não reside na capacidade de produzir melhores leis, mas sim na insuficiência dos meios de fiscalização.
O fumo provoca em mim sentimentos contraditórios. Eu não sou fumador, mas a minha inclinação noctívaga não raro me arrasta para ambientes impregnados pelo fumo. O arrependimento chega no dia seguinte quando vejo o cheiro do tabaco entranhado na roupa; uma sensação de desperdício invade-me nessa altura. Desejo a proibição.
Depois, lembro-me dos clubes de Jazz, normalmente em caves em que não vemos um palmo à frente do nariz por causa do fumo (eu sei que estou a exagerar, é por causa do cinema...).
Há todo um imaginário que me faz recusar a proibição de fumar em tais lugares; uma sedução no fumo do tabaco.
Se a lei for promulgada nada mudará no entanto, visto que somos um país que é pródigo em não aplicar as leis que produz. É um traço histórico que só os nossos governantes (à semelhança aliás do seus antecessores) ainda não perceberam. E assim será, enquanto a fiscalização for a excepção que confirma a regra.
Vamos continuar a poder sentir o doce fumo do tabaco no bar de Jazz da próxima esquina.