Líbano, as condições da paz
Georges Corm, ministro das finanças do Líbano entre 1998 e 2000, lembra a invasão israelita de 1982 e o então propósito do Estado hebraico de erradicar o “terrrorismo palestiniano”. Consequências de tão desastrosa intervenção foram os massacres de Sabra e Shatila, bem como o nascimento do Hezbollah, que poderíamos, sem exagero, considerar filho da política de Israel no Líbano.
Recorda também o modelo democrático consensual, adoptado no Líbano para dar voz política às múltiplas comunidades que dele fazem parte e preservar o país da guerra civil. Num tal contexto, os processos de decisão são morosos e não obedecem à regra da maioria simples. É preciso ter em conta esta realidade quando se fala de desarmamento do Hezbollah, cujo processo de negociação estava ainda a dar os primeiros passos e foi abruptamente interrompido pela intervenção militar de Israel.
No Líbano, é redutor falar em Estado na acepção weberiana, ou seja com o monopólio dos meios de violência no interior de um dado território. Exército dotado dessa capacidade não existe e, muito provavelmente, a sua existência seria perigosa para a paz no multiétnico país do cedro, pois depressa se transformaria em instrumento de opressão ao serviço de uma comunidade contra todas as outras. A sua fraqueza é a condição da existência de uma paz duradoura.
Recorda também o modelo democrático consensual, adoptado no Líbano para dar voz política às múltiplas comunidades que dele fazem parte e preservar o país da guerra civil. Num tal contexto, os processos de decisão são morosos e não obedecem à regra da maioria simples. É preciso ter em conta esta realidade quando se fala de desarmamento do Hezbollah, cujo processo de negociação estava ainda a dar os primeiros passos e foi abruptamente interrompido pela intervenção militar de Israel.
No Líbano, é redutor falar em Estado na acepção weberiana, ou seja com o monopólio dos meios de violência no interior de um dado território. Exército dotado dessa capacidade não existe e, muito provavelmente, a sua existência seria perigosa para a paz no multiétnico país do cedro, pois depressa se transformaria em instrumento de opressão ao serviço de uma comunidade contra todas as outras. A sua fraqueza é a condição da existência de uma paz duradoura.