Uma questão de peso
De surpresa em surpresa, deparei, no PÚBLICO de ontem, com uma notícia sobre como em Espanha se preparam para inaugurar uma nova era no combate a essa doença antiga, mas que hoje assume, nas nossas hodiernas sociedades, uma repercussão inaudita. Falo, claro está, da anorexia, que assola tantas jovens nossos dias. Se as fronteiras entre o culto da magreza e a anorexia são ténues, já me parece excessiva a sua transposição como foi feita em Espanha, a ponto de se excluir de uma passarelle um modelo só porque tem peso a menos. Desce-se mesmo à criação de índices, divide-se o peso da rapariga pela altura e tem-se o limiar a partir do qual ela pode, ou não, desfilar. Assim, se tem 1,75 de altura, só desfila se pesar no mínimo 56 Kg, índice 32; abaixo desse índice, a pobre não rapariga não desfila.
Tudo isto me parece, além discriminatório, profundamente indigno. Medir e pesar as pessoas desta forma é aviltante, mais uma pressão no sentido da uniformização da vida social, infelizmente tão em voga, a juntar às que o mundo da moda “espontaneamente” gera.
Estamos perante mais uma manifestação de fundamentalismo (de pendor politicamente correcto), que em nome da saúde ou do equilíbrio dos corpos nada mais faz a não ser excluir. Porque o padrão de beleza não se muda por decreto.
Tudo isto me parece, além discriminatório, profundamente indigno. Medir e pesar as pessoas desta forma é aviltante, mais uma pressão no sentido da uniformização da vida social, infelizmente tão em voga, a juntar às que o mundo da moda “espontaneamente” gera.
Estamos perante mais uma manifestação de fundamentalismo (de pendor politicamente correcto), que em nome da saúde ou do equilíbrio dos corpos nada mais faz a não ser excluir. Porque o padrão de beleza não se muda por decreto.