O multilinguismo do BE
A mais recente proposta dos dirigentes bloquistas é que as turmas da escola pública tenham mais que um professor na sala, a ensinar os alunos tendo em atenção a língua de origem da sua família.Se bem me lembro do que ouvi na rádio, um dos exemplos citados foi o dos alunos descendentes de caboverdianos, devendo as aulas serem dadas em crioulo.
Mas em que crioulo? Uma simples busca na Wikipedia, informa-nos dos vários crioulos falados nas ilhas de Cabo-Verde e da suas significativas diferenças gramaticais e ortográficas. Claro que o proponente (creio que era Francisco Louçã que dava o exemplo) esquece que o português é língua oficial em Cabo-verde e como tal deve ser considerada também como língua de origem dos alunos (e das suas famílias).
Que impacto terá tal proposta na integração dos alunos na sociedade portuguesa? Que facilidades trará ela à sua integração no mercado de trabalho, por exemplo? Como ajudará a evitar que muitos milhares de pessoas se fechem nas suas comunidades de origem (e respectivas zonas habitacionais) e os decorrentes choques culturais com o mundo que as envolve?
E como se vai explicar a TLEBS a estes alunos?
Já colocado no Insurgente.