sexta-feira, março 23, 2007

O "Caso" Sócrates


No "caso Sócrates" (talvez haja um pouco de exagero nesta expressão), pouco importa saber se o nosso primeiro ministro é engenheiro, dr. (entre nós a abreviatura de licenciado) ou tão-só bacharel, se com isso queremos dizer que está ou não à altura das responsabilidades inerentes ao cargo de primeiro-ministro. Se a ostentação de títulos académicos fosse condição suficiente (ou mesmo necessária) para o bom desempenho político, então este nosso país há muito estaria na vanguarda da Europa desenvolvida, visto que em matéria de habilitações literárias dos titulares dos altos cargos políticos sempre estivemos bem à frente dos nosso congéneres europeus. Tem sido assim desde o século XIX para cá, pelo menos é o que dizem os estudos no domínio da ciência política sobre esta matéria.
O que está em causa, sim, é saber se o primeiro-ministro nos enganou ou mentiu (sim, porque aqui o âmbito não é o da privacidade, é de uma biografia oficial que se trata); se beneficiou, nas universidades por onde passou, de um tratamento privilegiado face aos demais cidadãos.
Creio que os jornais, ao investigarem estas matérias, estão a cumprir apenas a sua função, que é a de bem informarem os cidadãos e assim contribuírem para a transparência da vida pública. Enfim, não julgo que o jornal PÚBLICO tenha ultrapassado as fronteiras da razoabilidade