O Partido da "desordem espontânea"
Era Domingo.
Cansado das pesadas rotinas do fim-de-semana, cedo me fui deitar. Renunciei assim a uma noite de televisão, à espera de notícias do conselho nacional do CDS-PP (sim, porque estas coisas divertem-me!).
Hoje, via TSF, soube que o conselho, como se esperava, foi conturbado e exaltado.
Maria José Nogueira Pinto enfureceu as hostes de Portas, ao decidir-se pela convocação de um congresso nacional, em vez das directas subscritas pela maioria dos conselheiros (embora prevaleça o desacordo quanto à percentagem de votos que a moção das directas recolheu; acima dos 60%, segundo a tribo de Portas, abaixo desse limiar para a direcção do partido).
Nesta crónica da vida do CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto vestiu o papel da mulher sem medo. Sem medo da fúria e da revolta dos homens. Estes homens que, segundo rezam as crónicas, tiveram um comportamento muito pouco católico; primaram pela má educação.
Convenhamos que é preciso coragem para, ao fim de quase doze horas de trabalhos, ter feito tábua rasa da “democrática votação” dos conselheiros, acolhendo antes um requerimento da Distrital de Leiria, com cerca de mil assinaturas em defesa do congresso.
Foi assim que Nogueira Pinto fez estalar o verniz dos democratas-cristãos, que depressa trocaram a roupagem conservadora e ordeira pela espontânea desordem, livre de quaisquer freios civilizacionais.
Talvez para animar a malta, neste tempos de monotonia socrática, seja preciso um partido assim. O partido da desordem espontânea. Longa vida ao CDS!