Do Grande Vazio ao Sul
1º O Sr. Primeiro Ministro, Primeiro-Ministro da República Portuguesa, do Antigo Reino de Portugal e dos Algarves (e por aí adiante), ainda Primeiro Ministro das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, tem como seu colaborador dilecto e directo um Engenheiro (certificado pela respectiva Ordem Corporativa), que acha que o Saahara começa na margem oposta ao Terreiro do Paço.
2º Os habitantes deste nova geografia continental (ainda será Portugal?), descendentes dos Cubanos aí encontrados por Alberto João Jardim, vivem rodeados pela imensidão do vazio. A civilização abandonou-os, bem como o Estado que providencia os omnipresentes (acima do Tejo, claro) os serviços públicos (saúde, educação, segurança, justiça, adminstração fiscal, governos civis, ...). Como povo colonizado, resta-lhes apenas continuar a pagar os tributos que o invasor exige sobre a forma de impostos, até porque este continua a manter forças militares de ocupação (ainda há pouco dias se falava no reforço do contigentes estacionado no Oásis de Beja, em pleno deserto Alentejano).
3º Esta força é necessária para assegurar que alguns investimentos estrangeiros, feitos por capitalistas tresloucados (não o são eles todos...?) num deserto tão ermo e desprovido de tudo o que a civilização, possam ser destruídos quer pelo avanço dos elementos erosores do dito deserto, quer pela sublevação das tribos locais, que insistem em continuar afastadas da civilização, melhor representada nos bairros suburbanos de Lisboa, píncaros do que a luta, para travar a desertificação urbana, significa.
4º Entre os investimentos atrás referidos, estão coisas tão comezinhas e que tão pouco custaram em subsídios (pagos pelos tributos - vulgo impostos - dos habitantes do deserto e pelos restantes cidadãos da República) como a AutoEuropa (ali a meia dúzia de Kilómetros donde o Ministro-Engenheiro cravou a novel fronteira do país) e o todo o parque industrial dos Oásis de Palmela, Seixal, Barreiro, Setúbal, Sines. Coisa pouca, atendendo que vai desde a construção e reparação naval, portos de águas profundas (investimentos estatais feitos em tempos em que o deserto ainda era do outro lado Mediterrâneo), indústria petroquímica, indústria madeira/papel. Há também umas Universidades e Institutos Politécnicos (Engenharias várias, p.ex.) que vão dando formação não só aos jovens filhos do deserto, mas também - espantemo-nos! - aos filhos da Margem Norte da República.
Recentemente, e provindo às necessidades de irrigação, de prática de ski aquático, pesca e de lavagem de roupa suja dos habitantes do Deserto, foi inaugurado outro investimento da República, lá para os confins do dito Grande Vazio, numa área conhecida como Alqueva - talvez a notícia sobre o maior lago artificial da Europa ainda não tenha chegado ao Terreiro do Paço.
5º Vê-se pois, que o Deserto, ao qual proponho que se chame o Grande Vazio ao Sul, faz pouco jus à caracterização do Ministro-Engenheiro, apesar da sua sapiência feita de anos de estudo e luta marxista.
6º Espero que o Partido Socialista, nas próximas caravanas eleitorais (terão de ser feitas às costas de camelos, com certeza), cujo presidente lembrou ontem aos terroristas que dinamitando as pontes que ligam Lisboa ao Grande Vazio ao Sul podiam cortar a República ao meio, se recorde dos dislates que este Ministro-Engenheiro anda a dizer, argumentando a favor da sua Cruzada/Objectivo pessoal. Espero que os habitantes do Grande Vazio ao Sul se lembre daquilo que os mais altos dirigentes do Partido Socialista pensam deles.
Agora, despeço-me. Tenho de ir trabalhar para poder pagar os meus tributos aos ocupantes do meu Grande Vazio ao Sul.
Mas um dia seremos livres!
Já colocado no Insurgente.
2º Os habitantes deste nova geografia continental (ainda será Portugal?), descendentes dos Cubanos aí encontrados por Alberto João Jardim, vivem rodeados pela imensidão do vazio. A civilização abandonou-os, bem como o Estado que providencia os omnipresentes (acima do Tejo, claro) os serviços públicos (saúde, educação, segurança, justiça, adminstração fiscal, governos civis, ...). Como povo colonizado, resta-lhes apenas continuar a pagar os tributos que o invasor exige sobre a forma de impostos, até porque este continua a manter forças militares de ocupação (ainda há pouco dias se falava no reforço do contigentes estacionado no Oásis de Beja, em pleno deserto Alentejano).
3º Esta força é necessária para assegurar que alguns investimentos estrangeiros, feitos por capitalistas tresloucados (não o são eles todos...?) num deserto tão ermo e desprovido de tudo o que a civilização, possam ser destruídos quer pelo avanço dos elementos erosores do dito deserto, quer pela sublevação das tribos locais, que insistem em continuar afastadas da civilização, melhor representada nos bairros suburbanos de Lisboa, píncaros do que a luta, para travar a desertificação urbana, significa.
4º Entre os investimentos atrás referidos, estão coisas tão comezinhas e que tão pouco custaram em subsídios (pagos pelos tributos - vulgo impostos - dos habitantes do deserto e pelos restantes cidadãos da República) como a AutoEuropa (ali a meia dúzia de Kilómetros donde o Ministro-Engenheiro cravou a novel fronteira do país) e o todo o parque industrial dos Oásis de Palmela, Seixal, Barreiro, Setúbal, Sines. Coisa pouca, atendendo que vai desde a construção e reparação naval, portos de águas profundas (investimentos estatais feitos em tempos em que o deserto ainda era do outro lado Mediterrâneo), indústria petroquímica, indústria madeira/papel. Há também umas Universidades e Institutos Politécnicos (Engenharias várias, p.ex.) que vão dando formação não só aos jovens filhos do deserto, mas também - espantemo-nos! - aos filhos da Margem Norte da República.
Recentemente, e provindo às necessidades de irrigação, de prática de ski aquático, pesca e de lavagem de roupa suja dos habitantes do Deserto, foi inaugurado outro investimento da República, lá para os confins do dito Grande Vazio, numa área conhecida como Alqueva - talvez a notícia sobre o maior lago artificial da Europa ainda não tenha chegado ao Terreiro do Paço.
5º Vê-se pois, que o Deserto, ao qual proponho que se chame o Grande Vazio ao Sul, faz pouco jus à caracterização do Ministro-Engenheiro, apesar da sua sapiência feita de anos de estudo e luta marxista.
6º Espero que o Partido Socialista, nas próximas caravanas eleitorais (terão de ser feitas às costas de camelos, com certeza), cujo presidente lembrou ontem aos terroristas que dinamitando as pontes que ligam Lisboa ao Grande Vazio ao Sul podiam cortar a República ao meio, se recorde dos dislates que este Ministro-Engenheiro anda a dizer, argumentando a favor da sua Cruzada/Objectivo pessoal. Espero que os habitantes do Grande Vazio ao Sul se lembre daquilo que os mais altos dirigentes do Partido Socialista pensam deles.
Agora, despeço-me. Tenho de ir trabalhar para poder pagar os meus tributos aos ocupantes do meu Grande Vazio ao Sul.
Mas um dia seremos livres!
Já colocado no Insurgente.