Mais Lisboa
Lisboa, como se previa, vai ter eleições intercalares, e diga-se que tal decisão só peca por tardia.
Mas um acto que se queria clarificador, para que pudesse projectar uma nova luz sobre Lisboa, começa tristemente envolto no manto de suspeição da baixa política. Como perceber a marcação das eleições lisboetas para o dia 1 de Julho, senão como meio de fazer abortar a recém anunciada candidatura de Helena Roseta, que tanto incomoda os socialistas? Não será a decisão do Governo Civil de Lisboa mais um sintoma da instrumentalização político/partidária de cargos públicos que deveriam ser exercidos com isenção e imparcialidade? É preocupante, aquilo a que temos vindo a assistir nos últimos tempos, das tentativas de governamentalmente domesticar a comunicação social por meio de entidade reguladoras e comissões de carteira, até à notícia de que um juiz transita do Tribunal Constitucional para o governo; Rui Pereira substituirá o ministro da Administração da Interna António Costa, que se desvinculou do governo para protagonizar a candidatura do partido socialista à Câmara de Lisboa. Acaso será isto normal?
Regressando às candidaturas à edilidade lisboeta, comungo da opinião de que seria desejável uma convergência de vontades entre Helena Roseta e Sá Fernandes. Eles poderiam dar corpo a uma alternativa de esquerda. A uma alternativa que enfrentasse os verdadeiros problemas de Lisboa, o contínuo e progressivo esvaziamento de habitantes; a especulação imobiliária que a vem desfigurando; a humanização dos espaços públicos e a devolução dos passeios aos peões e aos residentes. Helena Roseta e Sá Fernando são quem mais fala nisto, na urgência de ensaiar novas políticas. Quanto aos outros, falam demais em compromissos.
Tivéssemos, nós, outra sociedade civil, e estou em crer que uma candidatura assim seria a vencedora das próximas eleições. Mas o mais provável é que prevaleçam, entre o eleitorado, os atavismos político/partidários. Lisboa não é Londres, onde Ken Livingstone levou avante a sua candidatura, contra Blair e a entourage do partido trabalhista.
Mas um acto que se queria clarificador, para que pudesse projectar uma nova luz sobre Lisboa, começa tristemente envolto no manto de suspeição da baixa política. Como perceber a marcação das eleições lisboetas para o dia 1 de Julho, senão como meio de fazer abortar a recém anunciada candidatura de Helena Roseta, que tanto incomoda os socialistas? Não será a decisão do Governo Civil de Lisboa mais um sintoma da instrumentalização político/partidária de cargos públicos que deveriam ser exercidos com isenção e imparcialidade? É preocupante, aquilo a que temos vindo a assistir nos últimos tempos, das tentativas de governamentalmente domesticar a comunicação social por meio de entidade reguladoras e comissões de carteira, até à notícia de que um juiz transita do Tribunal Constitucional para o governo; Rui Pereira substituirá o ministro da Administração da Interna António Costa, que se desvinculou do governo para protagonizar a candidatura do partido socialista à Câmara de Lisboa. Acaso será isto normal?
Regressando às candidaturas à edilidade lisboeta, comungo da opinião de que seria desejável uma convergência de vontades entre Helena Roseta e Sá Fernandes. Eles poderiam dar corpo a uma alternativa de esquerda. A uma alternativa que enfrentasse os verdadeiros problemas de Lisboa, o contínuo e progressivo esvaziamento de habitantes; a especulação imobiliária que a vem desfigurando; a humanização dos espaços públicos e a devolução dos passeios aos peões e aos residentes. Helena Roseta e Sá Fernando são quem mais fala nisto, na urgência de ensaiar novas políticas. Quanto aos outros, falam demais em compromissos.
Tivéssemos, nós, outra sociedade civil, e estou em crer que uma candidatura assim seria a vencedora das próximas eleições. Mas o mais provável é que prevaleçam, entre o eleitorado, os atavismos político/partidários. Lisboa não é Londres, onde Ken Livingstone levou avante a sua candidatura, contra Blair e a entourage do partido trabalhista.