Impressões dos EME
Os Encontros de Música Experimental /EME tinham, este ano, o desafio de fazer uma edição à altura da anterior, talvez a mais ambiciosa de sempre, que contou com nomes bem firmados na cena da música electrónica avant-garde . Estou a lembrar-me de Murcof, de Oval ou de Colleen, sem esquecer Sack Ziegler (só faltou o Blumm), que nos proporcionaram momentos de rara beleza na Igreja de Santiago, em Palmela.
Para 2007, nomes como Marsen Jules, Tim Hecker e Biosphere eram a melhor prova de que a organização queria manter a fasquia alta. E pode-se dizer que foi uma aposta ganha.
Tivemos mais projectos a explorar a componente visual/imagética, de entre os quais nunca é demais destacar o trabalho de Laetitia, austero e quente; linhas brancas, sob um fundo negro, representavam graficamente as frequências sonoras (um bom registo de ambient), e por elas éramos transportados para territórios emocionais. Marsen Jules, na primeira noite dos EME, jogou habilmente com as possibilidades acústicas da Igreja de Santiago, oferecendo-nos uma música cheia de profundidade, num registo ambient capaz de nos transportar para territórios contrastantes. Biosphere, projecto do norueguês Geir Jenssen, é música de uma beleza agreste, impregnada de nostalgia; e o trabalho vídeo de G Jenssen, com recurso a imagens urbanas que se dissolviam numa espécie de liquidez, não podia ser melhor complemento para os sons que tão bem souberam exprimir a espessura do tempo. Fechou pois com chave de ouro os Encontros de Música Experimental de 2007.
Duas notas ainda, primeiro para o registo da ucraniana Kateryna Zavoloka, que trouxe até nós uma música inteligente e rica nas suas explorações rítmicas (foi a única a ir além da ambient, presença quase totalitária nos Encontros deste ano), introduzindo samples de vozes, nuances que traziam um sentido de mudança à performance; depois, Tim Hecker, que desiludiu, ao enveredar por uma espécie de pastiche sonoro, na abordagem que fez ao espaço da Igreja. É caso para nos interrogarmos sobre o que veio Tim Hecker fazer aos Encontros (deve ter estado, pelas minhas contas, somente uns vinte minutos em "palco", e apenas para fazer aquilo; foi um embuste).
Para terminar, uma palavra de agradecimento para o pessoal da organização, sempre muito simpático e generoso com o moscatel...
Para 2007, nomes como Marsen Jules, Tim Hecker e Biosphere eram a melhor prova de que a organização queria manter a fasquia alta. E pode-se dizer que foi uma aposta ganha.
Tivemos mais projectos a explorar a componente visual/imagética, de entre os quais nunca é demais destacar o trabalho de Laetitia, austero e quente; linhas brancas, sob um fundo negro, representavam graficamente as frequências sonoras (um bom registo de ambient), e por elas éramos transportados para territórios emocionais. Marsen Jules, na primeira noite dos EME, jogou habilmente com as possibilidades acústicas da Igreja de Santiago, oferecendo-nos uma música cheia de profundidade, num registo ambient capaz de nos transportar para territórios contrastantes. Biosphere, projecto do norueguês Geir Jenssen, é música de uma beleza agreste, impregnada de nostalgia; e o trabalho vídeo de G Jenssen, com recurso a imagens urbanas que se dissolviam numa espécie de liquidez, não podia ser melhor complemento para os sons que tão bem souberam exprimir a espessura do tempo. Fechou pois com chave de ouro os Encontros de Música Experimental de 2007.
Duas notas ainda, primeiro para o registo da ucraniana Kateryna Zavoloka, que trouxe até nós uma música inteligente e rica nas suas explorações rítmicas (foi a única a ir além da ambient, presença quase totalitária nos Encontros deste ano), introduzindo samples de vozes, nuances que traziam um sentido de mudança à performance; depois, Tim Hecker, que desiludiu, ao enveredar por uma espécie de pastiche sonoro, na abordagem que fez ao espaço da Igreja. É caso para nos interrogarmos sobre o que veio Tim Hecker fazer aos Encontros (deve ter estado, pelas minhas contas, somente uns vinte minutos em "palco", e apenas para fazer aquilo; foi um embuste).
Para terminar, uma palavra de agradecimento para o pessoal da organização, sempre muito simpático e generoso com o moscatel...