sexta-feira, janeiro 04, 2008

Factor Obama


As primárias americanas arrancaram no Iowa.

É difícil extrair muitas ilações destes resultados, até porque o sistema de votação, conhecido por caucus, restringe e muito o universo de potenciais votantes. Nem toda a gente arranja tempo para se deslocar aos locais onde estão instaladas estas assembleias/reuniões e aí permanecer durante cinco ou mais horas em debates e defesa de propostas que mais tarde desembocam em votações. Pode ser rico em matéria de cidadania, mas ilustra também as insuficiências da democracia de base, directa ou participativa.

Desta vez, a participação até aumentou (muito por causa do efeito Obama), cifrando-se perto dos 350.000 votantes, o que ainda assim é manifestamente pouco para uma população de cerca três milhões habitantes. É caso para nos interrogarmos se estes cerca de 350.000 participantes são de facto representativos do universo dos eleitores do Estado do Iowa.; se é razoável extrapolar dos primeiros para os segundos.

Mas não obstante todas as cautelas a ter, a vitória de Barack Obama, pela sua extensão, não pode ser ignorada. Ele duplicou a participação dos eleitores democratas, soube captar o voto jovem e seduzir eleitores de um Estado maioritariamente branco, em que a diversidade étnica quase não se faz sentir. São boas razões para crer na candidatura de Barack Obama. E são certamente motivo de preocupação para a candidatura de. Hilary Clinton. Podemos falar num factor Obama, traço marcante destas primárias.

No campo republicano, o manto de indefinição mantém-se. Não há muito que se passa dizer deste resultado. Huckabee e a religião, questão importante para os eleitores republicanos do caucus.

A ver vamos o que nos reserva New Hampshire.