Ao menos, ninguém vai ao engano
“Comigo o PSD vai retomar a sua raiz de social-democracia. Não sou liberal, nem populista. Sou social-democrata e faço-o por convicção e orientação política”
Manuela Ferreira Leite, 13 de Maio de 2008, Ponta Delgada (RTP).
Por este caminho, um eventual confronto eleitoral entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates promete vir a gerar uma das mais aborrecidas e intelectualmente empobrecedora campanha eleitoral, centrada na pertinente discussão sobre quem tem mais capacidades técnicas para conduzir o país no caminho do socialismo.
Não estou a ver outro país europeu onde as duas principais forças políticas tentem ocupar exactamente o mesmo terreno político e onde a direita (ou a ilusão da sua existência) tenha tanta vergonha em se afirmar como alternativa assente em valores liberais.
Depois do que tem dito nos últimos dias, estou esclarecido quanto a esta candidata e à possibilidade de um novo ciclo político, com novas ideias e novas propostas.
Não sendo militante de nenhum partido, ainda assim sou um eleitor devoto (mas muito pouco fiel). Estando absolutamente farto da reciclagem socialista, estaria disposto a dar o meu voto a uma hipótese de diferença. A um projecto que, pelo menos, tentasse não ser apenas uma melhor execução, um “fine-tuning” das políticas que nas últimas décadas transformaram Portugal num país de Estado-dependentes.
Posso estar enganado, mas não será com o PSD de Manuela Ferreira Leite que surgirá uma alternativa clara.
Já colocado no Insurgente.